Verônica Toreti Scarbeloti, professora de Turvo, no Sul de Santa Catarina, foi agredida pela mãe e pela avó de uma aluna na manhã de segunda-feira. Professora do Centro de Educação Infantil do bairro São Luiz, ela ainda tem marcas da agressão, mesmo quatro dias depois de ter sido atacada.
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– Eu estava me dirigindo ao trabalho e fui atacada por duas mulheres. Fui agredida. Elas me tiraram da minha bicicleta e me arremessaram no chão. Começaram com pontapés, chutes e socos, me asfixiaram, agarram meu pescoço. Quando eu pude respirar, gritei por socorro. Foi quando apareceram populares, que me socorreram – conta a professora, que passou três dias internada no hospital e agora repousa em casa.
Carolina dos Passos Eleotério, mãe da aluna, e Ivonete Seno, avó, admitem a agressão à professora. Em entrevista à RBS TV, elas contam que só tomaram a atitude porque a criança chegou em casa com marcas causadas pela professora.
– Ela chorou a noite inteira e disse que não conseguia dormir. Eu perguntei a ela o que tinha acontecido e ela disse “nada”, me olhava com medo, disse que não queria contar. Depois ela disse “foi a tia Verônica”. Ela disse “nós estávamos sentados na sala, os amiguinhos, assistindo filme, e eu fui sair engatinhando. Ela me pegou pelo pescoço e me botou sentada no lugar.” É onde ficou a marca vermelha – disse Carolina.
– Eu não ia deixar desse jeito. A gente resolveu tirar essa história a limpo. Eu conheço minha filha, tenho certeza que ela não ia mentir. Tanto que ela fala toda vida a mesma história, que foi a professora. Ela contou pra mim certinho como foi, contou pro pai ela. Então a gente bateu nela (professora). A gente pediu pra ela parar, que a gente queria conversar com ela. Como ela não parou, a gente bateu nela. Depois a gente foi pra delegacia registrar B.O. contra ela – completou ela.
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Segundo a professora, as agressões contra os alunos nunca aconteceram. Ela afirma também que nunca agrediu nenhum aluno em 20 anos de profissão e nunca teve reclamações.
– Eu já trabalho naquela comunidade e na escola há 11 anos. Estão me acusando na creche, na qual estou há alguns dias só substituindo outra profissional, que está afastada. Lá eu sou apenas auxiliar e trabalhamos em duas na sala – defende.
Além disso, Verônica estranha o fato de nenhuma reclamação ter acontecido antes de ela ter sido agredida pelas mulheres. Ela acredita também que o ataque teve outras motivações.
– Se ela acusou dessa agressão, ela não comunicou a diretora, eu não fui comunicada, o secretário da Educação não soube, ninguém soube. Depois que ela me agrediu é que ela foi fazer o B.O., dizendo que eu agredi a menina. A foto que ela levou não é da menina, então isso aí na verdade é uma retaliação de outro fato que aconteceu na nossa escola, que tem a ver com o afastamento de uma outra funcionária – justifica Verônica.
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Na delegacia foram registrados dois boletins, um contra a professora, por maus-tratos, e outro contra a mãe e a avó da aluna, por agressão. O delegado André Coutro está investigando o caso.
– Nós estamos ouvindo as testemunhas. Já fizemos exame de corpo delito e os laudos serão encaminhados com urgência para o juizado especial – explicou.