Professora da Capital apresenta em Cuba canção contra o preconceito

“O Amor é opção, preconceito fora. Ouça seu coração. E passe a aceitar agora. Pelo amor de Deus, ninguém é igual. Mas não importa quem, todo mundo é especial”. A música “Dane-se a Fobia: preconceito fora” irá levar a professora da rede municipal de Florianópolis, Letícia Grala, para a Cuba.

Em 2015, com letra da aluna Gabriela Ventura, ela produziu com a garotada do 6º ano da Escola Básica José Amaro Cordeiro, localizada no Morro das Pedras, o ritmo e melodia.

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O projeto foi aceito no XII Congresso da Associação Internacional para o Estudo da Música Popular, Seção Latinoamericana. O evento irá ocorrer na capital Havana de 7 a 11 de março.

– Por ver a importância do trabalho produzido em sala e do interesse dos alunos é que eu resolvi inscrever o projeto. É muito gratificante perceber que os estudantes estão debatendo intensamente preconceito, sexualidade, bullying e diversidade de gênero – conta a professora.

– Fiz a inscrição para o projeto e mandei a proposta do trabalho em novembro. No final de dezembro é que saiu o resultado. A felicidade é imensa. Não posso levar todos comigo, mas estarei lá, compartilhando com o público presente o nome da escola, dos alunos e do trabalho maravilhoso realizado por esses jovens músicos – comemora.

Xô preconceito

“Lesbofobia, homofobia, transfobia, dane a fobia. Ninguém devia se importar, porque o importante é o que dentro de nós está”. Esses são outros versos da canção, cuja autora da letra tem apenas 12 anos: Gabriela Ventura. Ela toca diversos instrumentos, mas prefere o Xilofone e a Flauta. Além de ler muita poesia, gosta de compartilhar pensamentos e textos no blog que criou, o Palavras da Gabi.

Papo sério

A inspiração da letra surgiu através do projeto de extensão da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), intitulado “Papo Sério”, que realizou o primeiro encontro com os estudantes na aula da professora Letícia.

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A proposta dessa ação é atuar em escolas públicas e levar profissionais para conversar com professores e alunos sobre temas que envolvam o universo jovem. Ao final dos encontros foi solicitado que os estudantes desenvolvessem cartazes a respeito de tudo que aprenderam nas palestras.

Foi aí que a Gabi entrou. Ela teve a ideia de colocar todo o conteúdo assimilado na canção. E assim, ficou acertado que o grupo faria uma apresentação no auditório do campus da UFSC para todos os participantes do Papo Sério, englobando estudantes e professores de outras unidades de ensino.

– Demorei uma tarde para compor. Coloquei em palavras tudo o que penso a respeito do preconceito e discriminação. O que nos torna especiais é a nossa diferença – comenta a menina.