Caro vestibulando! Hoje vamos conhecer um pouco mais sobre o livro A hora da estrela, de Clarice Lispector. A obra é um clássico da 3ª geração do modernismo. Confira mais informações:

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A hora da estrela

Autora: Clarice Lispector

Escola literária: Modernismo, 3ª geração

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Ano de publicação: 1977

Gênero: romance psicológico

Temática: introspecção, conflito interior, solidão

Local: Rio de Janeiro Narração: 1ª pessoa – narrador onisciente

Clarice Lispector (1925 – 1977)

Nasceu na Ucrânia mas, ainda pequena, mudou-se com a família para o Recife (PE). Mais tarde, órfã de mãe, veio para o Rio de Janeiro, onde estudou Direito. No contexto da nova fase da literatura, Clarice se destaca pelos romances de caráter introspectivo, com tendências fortíssimas ao psicológico e ao metafísico.

Personagens principais

Macabéa é a personagem central da narrativa. Nordestina (alagoana) de 19 anos, é criada pela tia beata que batia muito nela. Vem para o Rio de Janeiro onde consegue um emprego de datilógrafa. Macabéa é completamente alienada. Ela não sabe de nada, não quer pensar, é feia e mora em uma pensão em companhia de quatro moças.

Olímpico de Jesus é o primeiro (e único!) namorado de Macabéa. Também era nordestino e queria ser muito rico, um dia. E um dia queria também ser deputado. Procurava ascensão social a qualquer preço, seja por roubo ou por crime de morte.

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Rodrigo S. M. é o narrador-personagem da história. Ele tem domínio absoluto sobre o que escreve. Inclusive sobre a morte de Macabéa, no final.

Glória é única amiga de Macabéa. Trabalham juntas. Ela rouba Olímpico de Macabéa. l Madama Carlota é a cartomante que prevê o futuro reluzente de Macabéa.

Análise da obra

A obra nos mostra a crise existencial de duas pessoas: Macabéa, uma imigrante alagoana que vem para o Rio de Janeiro buscar melhores condições de vida e Rodrigo S. M., um escritor fictício que conta a vida de Macabéa. De seu lado, Macabéa aparece como um ser totalmente sem cérebro e, no início, assexuada. Ingênua ao extremo, tal personagem chega a ser digna de pena (tadinha!). Ela não consegue enxergar sua própria condição, nunca desconfiara de que a tia era ruim, não sabe pensar e muito menos falar. E isso causa uma certa agonia no leitor.

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O final da história é igualmente desolador: Macabéa descobre estar doente, com início de tuberculose; vai até uma cartomante, que lhe ilude, dizendo-lhe que teria um futuro maravilhoso. Ao sair da casa da cartomante, é atropelada, várias pessoas vêm ver o ocorrido, um vizinho acende uma vela e coloca-a ao lado do corpo; depois a moça morre. O que temos que perceber é que esse final justifica o título do livro: Macabéa, a jovem que sonhava em ser igual a Marylin Monroe e sempre fora invisível aos olhos da sociedade, tem agora seu momento sublime: a morte é representada como o trecho mais importante e belo da vida de cada ser humano, e então a transição ocorre – Macabéa é enxergada pela sociedade. É a hora de a estrela brilhar.

Tempo e espaço

A história se passa no Rio de Janeiro. O tempo da narrativa, apesar de apresentar alguns flashbacks, mostra-se cronológico e linear, mas não identifica o ano em que ocorre (provavelmente anos 1960 ou 1970).

A temática

O tema gira em torno de questionamentos dos valores da sociedade moderna, do papel social do artista contemporâneo e da própria existência humana.

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A linguagem

A linguagem é elemento constante na obra, uma vez que em todos os momentos o narrador discute a palavra e o fazer narrativo: “sim, mas não esquecer que para escrever não-importa-o-quê o meu material básico é a palavra. Assim é que esta história será feita de palavras que se agrupam em frases e destas se evola um sentido secreto que ultrapassa palavras e frases.”

A narração

A história é narrada em primeira pessoa por um narrador onisciente: Rodrigo S.M. A escritora Clarice Lispector inventa um narrador, que também é personagem, para contar a história de Macabéa.