A professora Alexssandra Monteiro Pioli, 40 anos, saiu de sua casa em Camboriú rumo a Gerência de Educação (Gered) em Itajaí, nesta quarta-feira, em busca de uma vaga temporária como substituta dos professores que estão em greve. Ao se aproximar do mural, em que estavam as vagas disponíveis, ela teria se tornado alvo de agressões físicas e verbais por parte de um grupo de grevistas que realizavam uma mobilização em frente ao prédio do governo do Estado.
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_ Quando fui até o mural olhar as vagas, uma professora puxou o meu cabelo, olhei para ela e perguntei por que tinha feito isso e ela disse que eu não deveria estar ali _ conta. Em seguida, Alexssandra foi empurrada por outro grevista em direção a uma escadaria.
A professora chamou a Polícia Militar para conseguir entrar no prédio, mas, segundo ela, os grevistas fizeram uma barreira e impediram a passagem deles. O policial que atendeu à ocorrência acionou o reforço e quando a segunda viatura chegou, Alexssandra conseguiu entrar na Gered com a proteção dos dois policiais.
_ Me chamavam de piranha, corrupta, pilantra, de burra, ignorante, lesada. Só não me atacaram porque os policiais me protegiam com as mãos. Foi bárbaro o que aconteceu hoje _ disse.
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Cardiopata, Alexssandra chegou a desmaiar dentro da Gered e precisou ser levada às pressas para o Hospital Marieta Konder Bornhausen.
_ Aquilo foi me deixando nervosa e como tenho uma calcificação em uma das válvulas do coração, quando a minha pressão subiu, o sangue começou a circular mais rápido e parou de passar por essa válvula, por isso eu desmaiei _ explica.
A professora disse que os grevistas são professores como ela e têm direito de lutar por salários melhores, mas não agindo desta forma:
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_ Nunca fui tão humilhada na minha vida _ afirma.
Alexssandra informou que vai registrar boletim de ocorrência nesta quinta-feira e também pretende processar um líder dos grevistas. Ela não soube informar o nome dele.
Contraponto
O coordenador da regional do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte) em Itajaí, Gerson Henrique dos Santos, nega que a professora tenha sido agredida.
_ Não houve nada disso, nós estávamos lá para impedir a ação do governo, porque é contra a lei o que o governo está fazendo (contratação de professores substitutos) _ disse na noite desta quarta-feira, por telefone.
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