O professor de imunologia da UFSC, André Báfica decidiu se aventurar no TikTok, rede social de vídeos que se popularizou pelo mundo durante a pandemia, para trazer informações sobre a vacina que ele desenvolve contra Covid-19. A ideia de utilizar a plataforma faz parte de um projeto da Organização das Nações Unidas (ONU) para tornar as informações sobre ciência mais acessíveis e combater fake news.

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Chamado Halo, o projeto da ONU conta com cientistas de países do mundo todo que, de forma voluntária, fazem vídeos didáticos mostrando o dia a dia no laboratório e tirando dúvidas sobre as vacinas que desenvolvem. O objetivo é atingir principalmente o público mais jovem, por isso a escolha do TikTok, já que cerca de 40% dos usuários da rede social tem entre 16 e 24 anos.

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No Brasil, seis pesquisadores participam do projeto, incluindo o Diretor Regional Sul da Sociedade Brasileira de Imunologia, André Báfica. Ao lado de sua equipe na Universidade Federal de Santa Catarina, o pesquisador está desenvolvendo um imunizante que tem como base a BCG, uma vacina centenária contra a tuberculose. 

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André conta que quando aceitou o convite para fazer parte do projeto, teve que deixar a timidez de lado para um bem maior: 

— Eu estava um pouco receoso quando me convidaram para participar, porque sou tímido em frente à câmera, mas acabei gostando da ideia porque vi que posso educar cientificamente as pessoas de uma maneira não autoritária, e passar informação confiável. Sair dos muros da universidade para a casa das pessoas.

 Quem assiste os vídeos no perfil do TikTok do professor, percebe que ele conseguiu deixar a timidez de lado. Utilizando emojis, músicas e animações, André e sua equipe mostram os processos de desenvolvimento da vacina e desmistificam informações incorretas. Com uma linguagem simples e divertida, os pesquisadores conseguiram chamar a atenção das pessoas. Alguns vídeos já têm mais de 70 mil visualizações. 

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Para ter as perguntas respondidas, basta mandar uma mensagem no perfil dele na rede social

Como a vacina BCG é usada contra Covid-19 

O imunizante desenvolvido pela equipe do André na UFSC utiliza como vetor a bactéria chamada BCG (Bacilo Calmette Guérin), uma vacina contra tuberculose criada em 1921. Para que ela seja usada contra Covid-19, os pesquisadores colocam proteínas do coronavírus dentro da BCG e avaliam se o sistema imunológico é capaz de reconhecê-las e criar anticorpos. 

Neste vídeo, André explica como a equipe construiu a vacina:

Os estudos ainda estão na fase inicial, chamada pré-clínica. Segundo o professor, em breve eles começarão a aplicar a vacina em animais, mas ainda há um caminho longo até chegar aos testes em humanos.

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