Na edição de agosto do Ruy de Todas as Copas, o professor Ruy Carlos Ostermann destaca o discurso no futebol, nas Copas, que “obedece a uma linguagem específica e diferenciada”. Confira frases célebres de jogadores, técnicos, políticos e da imprensa que Ruy destaca:

Continua depois da publicidade

Os boleiros

“Não joguei em 1974 por desgosto em relação ao regime político do país. Eu não queria vestir a camiseta brasileira enquanto os militares estivessem governando”

Pelé, explicando sua ausência em 1974

“Dizem que eu estou gordo, dizem que o presidente (Lula) bebe pra caramba. Tanto é mentira que ele bebe pra caramba como é mentira que eu estou gordo.”

Continua depois da publicidade

Ronaldo, em 2006

“Campeonato mixuruca, nem returno tem”

Garrincha, sobre a Copa de 1958

“Treino é treino, jogo é jogo”

Didi, em resposta às críticas de que não se esforçava nos treinamentos em 1958

“Gosto de ver futebol requintado, mas isso não traz título”

Dunga, capitão em 1990, 1994 e 1998

A Mídia

“Quem é do meio sabia que a junção de alguns jogadores sem personalidade, técnico destemperado e falta de opções no banco ia dar nisso”

Faustão, sobre a desclassificação em 2010

“Bota ponta, Telê!”

Bordão do programa Viva o Gordo, em 1982

“O melhor psicólogo do centroavante é a rede do adversário”

Galvão Bueno, narrador da Globo

“Parabéns. Vocês se tornaram, oficialmente, um país de 3º Mundo”

Jon Stewart, apresentador do programa “Daily Show”, na classificação dos EUA à Copa

“De que planeta veio Garrincha?”

Capa do jornal chileno El Mercurio em 1962

Os técnicos

“Quando o presidente Médici formou o gabinete dele, não me consultou. De modo que, para formar meu time, não preciso perguntar a ele”

João Saldanha, em 1969, antes de ser substituído por Zagallo

“Se ganharmos todos os jogos por 1 a zero até o fim da Copa, seremos campeões”

Parreira, em 1994

“Ele é mais um dos 170 milhões de técnicos brasileiros”

Felipão, comentando a declaração de apoio de FHC a Romário em 2002

“Não trocamos uniformes com animais”

Técnico inglês Alf Ramsey critica duramente a Argentina na Copa de 1966

“Fazendo gols, vou continuar surdo para o que ele fala de errado”

Carlos Alberto Parreira, sobre as queixas de Romário quanto à tática em 1994

“A decisão foi minha. Faria de novo”

Zagallo, sobre escalar Ronaldo Nazário na final de 1998

Os políticos

“Este ano a vitória de vocês é mais importante que toda a safra de grãos.”

Presidente João Goulart em 1962

“Cada jogo deve significar a última batalha. Nós temos de vencer todas.”

Presidente João Figueiredo antes da Copa de 1982

“Vitória ou morte.”

Mussolini, em bilhete aos jogadores italianos antes da final de 1934

O pecado da soberba

“O time deles é bom, mas os holandeses não têm tradição em Copas. Estou pensando na final com a Alemanha.”

Zagallo, antes de pegar a Holanda, na semifinal de 1974

“Não me interesso pela seleção dos outros.”

Zezé Moreira, antes de enfrentar e perder para a Hungria em 1954

Bateu, levou

“Fomos os campeões morais dessa Copa.”

Cláudio Coutinho, ao terminar invicto o Mundial de 1978

“Eu felicito meu colega Coutinho por seu campeonato moral e desejaria, também, que ele me felicitasse por meu campeonato real.”

Continua depois da publicidade

César Luís Menotti, técnico argentino, após a conquista do título da mesma Copa

Saber perder e vencer

“Não gostei de ver aqueles 200 mil torcedores tristes; não gostei de ver o Rio às escuras e sem Carnaval. Era campeão e não sentia uma total alegria pelo feito.”

Obdulio Varela em 1950

“Nós jogamos alegremente, eles jogaram para ser campeões”

Puskas, em 1954, após a derrota para a Alemanha

“Se não fosse uma partida tão importante, eu teria aplaudido”

Inglês Gary Lineker, sobre o segundo gol de Maradona sobre seu time em 1986

As frases lapidares

“Estou com 72 quilos, sim, e daí? O elefante é gordo, mas quando tem incêndio na floresta ninguém ganha dele na corrida”

Romário, em 1998, sobre seu sobrepeso

“Fiz com a minha cabeça e a mão de Deus”

Diego Maradona sobre seu primeiro gol contra a Inglaterra nas quartas de 1986

“Este jogo não é matemática. É futebol, e no futebol dois mais dois raramente dá quatro. Às vezes é três. Com frequência é cinco”

Leo Beenhakker, técnico de Trinidad e Tobago, em 2006

“O escrete é a pátria em calções e chuteiras”

Nelson Rodrigues

Eloquência em gesto

Depois de ser derrotada por 2 a 0 pela Bolívia em La Paz, durante as Eliminatórias de 1994, os jogadores brasileiros decidiram entrar em campo de mãos dadas até vencerem aquela Copa. O gesto, um autêntico discurso sem palavras, se manteve até a final contra a Itália, decidida nos pênaltis.

Continua depois da publicidade