Olhemos um pouco por trás das câmeras, além do olhar do cinegrafista morto. Lamento muito sua morte, ocorrida em acidente de trabalho, enquanto cobria violenta manifestação. Como muitos outros, entre fatos e fotos, na alegria e na tristeza, esses soldados da comunicação apontam lentes e microfones, capturando sons e imagens da vida e da morte, desprovidos de qualquer equipamento de segurança.
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O cinegrafista é um trabalhador pago por uma empresa que fatura a melhor imagem de riso e de terror. Profissionais cobrindo um verdadeiro campo de combate, entre balas, bombas, fogo, cassetetes e pedras, sem um mínimo de proteção. Quantos já foram os somente machucados? E aqueles que escaparam por polegadas de sorte?
É duro assistir, em meio a toda esta comoção, os editoriais das empresas de comunicação cobrando segurança do governo e da polícia, como se o empresariado da comunicação fosse isento até nisso, na responsabilidade com a segurança de seus tão valiosos profissionais.
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