O professor Xokleng Marcondes Nambla, 36 anos, foi encontrado desacordado na madrugada do dia 1º de janeiro, no Centro de Penha, no Litoral Norte de SC. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, que foi acionado na Rua Eugênio Krause por volta das 5h30min, a vítima estava inconsciente e com um ferimento profundo na cabeça. Havia suspeita de traumatismo craniano.

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Ele foi levado primeiramente ao Pronto Atendimento da cidade, e em seguida, foi encaminhado ao Hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, onde foi internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Ele não resistiu e morreu no início da noite de terça-feira (2). Conforme o relato de testemunhas aos bombeiros, Marcondes teria sido agredido.

O crime

A câmera de monitoramento de uma loja de material de construção em Penha filmou a agressão, mas as imagens não foram cedidas. O responsável pela câmera relata que nas imagens é possível ver um homem na esquina com um cachorro e um pedaço de madeira na mão. Ele anda de um lado paro outro sem parar até que Marcondes aparece. Eles conversam rapidamente e quando o professor vira de costas o agressor dá uma pancada na cabeça dele com a madeira. Marcondes cai no chão e continua sendo espancado com o pedaço de madeira até o agressor fugir.

De acordo com informações da amiga e parceira de trabalho da vítima, Janaina Hubner, o colega teria ido trabalhar com um grupo no Litoral, para vender picolé. Marcondes havia saído sozinho para caminhar e ver a festa de Réveillon, mas não retornou. No dia seguinte, os companheiros descobriram que ele estava no hospital.

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— Não sabemos quem encontrou, se já estava desacordado, espancado. Essa é a informação que eles têm. Desconfiam de assalto, mas achamos que foi excesso de violência — conta.

O corpo de Marcondes foi levado para o Alto Vale do Itajaí, e o enterro está previsto para ocorrer nesta quarta-feira na aldeia Coqueiro, na cidade de Vitor Meirelles.

A vítima

Marcondes era professor na escola indígena José Boiteux laklano. Era orientador da língua e lutava para fortalecer a língua xokleng. De acordo com colegas, ele atuava como juiz na aldeia. Fazia trabalho voluntário e era formado no curso Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

A Polícia Civil de Balneário Piçarras, que atende a região durante o recesso em Penha, não foi comunicada oficialmente sobre o caso. O boletim de ocorrência teria sido registrado na terça-feira (2), por parentes de Marcondes, na Central de Polícia de Itajaí.

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* Com informações de Dagmara Spautz, colunista do Santa, e Patrícia Silveira, da NSC TV