“Em meio aos anseios observados na Feira do Empreendedor do Sebrae/SC, encerrada ontem, chama a atenção o número crescente de um novo perfil de empreendedor. Algo diferente do tradicional. Todos com a gana por empreender, mas suas inquietações transcendem o simples objetivo de lucrar. É perceptível no seu olhar características multidimensionais do ser humano – espírito de cidadania, comunhão e cooperação. Sim, seres humanos altruístas – os empreendedores de negócios sociais.
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Esse termo ganhou relevância a partir da joint-venture entre o Nobel da paz, Mohammed Yunus e a empresa Danone, em 2006. O foco do novo negócio criado pela Grameen Danone Foods foi solucionar um problema social e não simplesmente ser lucrativo. Nesse caso, por meio de uma expressiva inovação social, foi produzido um iogurte mais nutritivo a um preço mais acessível às vilas de Bangladesh.
No Brasil, são vários os exemplos de negócios sociais: Banco Palmas, Dr. Saúde, Banco Pérola, Grife Social Omunga. A característica do sucesso é que não basta ter “sangue nos olhos”, precisa ir além: pensar fora da curva, criar alianças estratégicas, conviver com as necessidades da base da pirâmide. Para isso, o empreendedor pode contar com entidades que promovam suas melhores habilidades de inovação social – Sebrae, Social Good Brasil, Institutos Comunitários, ONGs.
Para o empreendedor de negócios sociais cabe, portanto, como ponto de partida, considerar como, com quem e quais demandas sociais poderão ser supridas. A resposta parte do engajamento na cocriação com a sociedade e no fortalecimento de um capitalismo inclusivo que passa de forma ética pela construção de um sistema econômico e social aceitável – que considere o mercado, o lucro e o empreendedor em suas variadas formas.“
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