A literatura, paixão antiga do professor Everson Bertucci, deu a ele também a oportunidade de concorrer no mais renomado prêmio desta área no Brasil. O profissional, que atua na rede municipal de ensino de Itajaí, é um dos finalistas do Prêmio Jabuti 2022. A indicação foi confirmada no início deste mês e recebida com euforia.
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Por conta do livro “Mesma Nova História”, escrito por Everson há mais de 10 anos, o professor foi um dos selecionados para concorrer na categoria Infantil do prêmio. Agora, ele disputa com outros quatro finalistas a estatueta Jabuti.
O livro gira em torna da história de convivência entre uma velhinha que está perdendo a memória e de um menino que só pensa em jogos eletrônicos. Everson relata que a ideia surgiu enquanto ele pesquisava sobre o Alzheimer, mas que transformá-la em um livro não era uma hipótese:
— O texto eu escrevi em 2009 em um momento em que eu estava pesquisando o Mal de Alzheimer, essa doença tão enigmática que afeta inúmeros lares em todo o mundo. Mas eu jamais imaginei que esse conto poderia um dia virar um livro infantil. Não havia essa intenção naquele momento — explica.
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Formado no curso de Licenciatura em Artes Visuais, Everson é professor em Itajaí desde 2017, quando se mudou para Santa Catarina. Apesar de ter nascido no Paraná, ele conta ser “rondoniense de criação”, pois foi morar no estado aos três anos de idade. O escritor também viveu em São Paulo até ir em busca de novos ares em Itajaí.
Antes disso, porém, Everson já construía uma relação sólida com a literatura.
— Escrevo há muitos anos. Não sei dizer ao certo. Lembro que meu primeiro conto eu escrevi em 2001, quando eu fazia cursinho pré-vestibular. Foi nesse momento da minha vida que eu descobri a literatura e me apaixonei.
Esta é pelo menos a terceira vez que o escritor concorre a um prêmio na área. Em 2021, Everson foi vencedor do Prêmio Literário Cidade de Manaus na categoria Texto Infantil e, neste ano, foi um dos 14 finalistas do Prêmio João-de-Barro, de Belo Horizonte. No entanto, o Jabuti é o primeiro que conta com a indicação de um livro do autor.
Além de “Mesma Nova História”, ele já escreveu outra obra através de um projeto social com alunos. No ano passado, lançou o livro “A Menina que Espalhava Gentileza”, produção independente e ilustrada por 40 estudantes entre seis e nove anos. A obra foi distribuída gratuitamente para crianças e professores de 10 escolas municipais de Itajaí.
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Everson também destaca a importância da literatura na vida do aluno, pois, segundo ele, esse universo permite com que a criança mergulhe no mundo da imaginação e viaje por lugares diversos através da leitura.
— É por meio dela que podemos incentivar a criação, a reflexão, a análise crítica, entre outros tantos aspectos. É com a literatura que podemos abordar temas complexos de forma poética, leve e sensível — ressalta.
Todo o sentimento envolvido nessa área, torna a indicação ao Jabuti ainda mais especial. Para o escritor, só o fato de estar nesta lista já é um prêmio, já que todas as categorias costumam ser muito disputadas.
A premiação está marcada para o dia 24 de novembro, no Theatro Municipal de São Paulo, às 20h. O evento também será transmitido ao vivo pelo canal do Youtube da Câmara Brasileira do Livro (CBL). Mesmo que não seja anunciado como o vencedor da categoria, Everson diz já ter motivos para celebrar.
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— Saindo com o prêmio ou não, a comemoração está garantida. E que os frutos desse trabalho estejam por vir.
O livro “Mesma Nova História” teve ilustrações de Juão Vaz e contou também com a colaboração de Mafuane Oliveira.
*Estagiária sob supervisão de Augusto Ittner
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