Nesta quinta-feira faz 20 anos que a população brasileira votou no segundo turno das primeiras eleições presidenciais depois do golpe militar de 1964. Para relembrar a data, Luiz Felipe Falcão, professor de História da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) participou de um bate-papo sobre o assunto com os internautas do diario.com.br, santa.com.br e an.com.br.
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Em 1989, Fernando Collor de Mello (PRN) saiu vitorioso das urnas após uma disputa acirrada com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e substituiu José Sarney (PMDB) na presidência. Segundo Falcão, o legado da volta das eleições democráticas no Brasil contém conquistas e também desafios.
– Conquistas porque permite que a população faça suas escolhas. Desafios, porque essas escolhas são cada vez mais definidas por processos e procedimentos midiáticos – disse.
Para Falcão, o Brasil é referência em democracia em alguns aspectos, mas em outros deixa a desejar:
– Por exemplo, temos, ao menos aparentemente, um processo eleitoral confiável que utiliza uma tecnologia muito moderna. No entanto, temos uma espécie de presidencialismo parlamentarista, ou seja, um sistema presidencialista que mantém o presidente bastante preso ao parlamento: seria importante uma escolha efetiva entre um e outro, com todos os desafios que isso implica.
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O professor também apontou alguns obstáculos que a democracia ainda enfrenta. Segundo Falcão, um dos principais problemas é o que ele chama de “espetacularização midiática do processo eleitoral”.
– Vota-se menos nas definições programáticas do que na propaganda esmerada que é realizada por especialistas do ramo. Outro problema, e também não apenas do Brasil: numa “democracia de massas”, com quase centro e trinta milhões de eleitores, como criar condições para um efetivo controle dos eleitos por parte dos eleitores? E um último obstáculo, mais uma vez não apenas brasileiro: como estabelecer controles efetivos para o financiamento das campanhas e para a posterior prestação de contas? – questionou.
Confira abaixo a íntegra do bate-papo: