O professor de negociação da HSM Educação, Renato Hirata, fará palestra em Florianópolis, no dia 10, em que abordará o conceito de mente próspera. Escritor, consultor e coach de lideranças, ele vem ao Estado por iniciativa da primeira-dama Maria Angélica Colombo e da Assistência Social São Luiz para o evento que visa arrecadar fundos para a Fundação Beneficente Hospital Frei Rogério de Anita Garibaldi, a Associação das Amigas do Hospital de Ponte Alta e o Hospital e Maternidade Santa Cecília. Em entrevista ao DC, Hirata, que é engenheiro de produção, conta como desenvolveu o método Prosper Maind Intelligence (PMI) e os quatro “Is” que definem as chamadas mentes pobres.
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Diário Catarinense – O que é o Mente Próspera?
Renato Hirata – Tenho estudado ciências da mente por muitos anos para entender por que não conseguia obter os resultados que eu queria na minha vida em termos financeiros, performance física e harmonia familiar. Fiz terapia e tentei ver como aquilo funcionava. Estudei muito e passei de paciente a professor. Com esse conjunto de autoconhecimento e espiritualidade, surgiu um método que chamei de Prosper Mind Intelligence (PMI), que envolve tudo o que se possa estudar sobre autoconhecimento e oferece uma conexão com a espiritualidade que não tem nada a ver com a religião.
DC – Como se elabora o PMI?
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Hirata – O PMI nasce de um cenário onde as pessoas vivem. Um cenário de pobreza é um cenário de escassez, congelamento mental, medo, ressentimento e raiva. Esse tipo de cenário faz com que a gente não consiga acessar forças superiores.
DC – Quais cenários o senhor define como de mentes pobres?
Hirata – Eles são definidos por quatro “Is”. O primeiro é o da incerteza, o futuro sobre o qual não temos controle. Quando estamos com muito medo do que pode acontecer, não conseguimos enxergar as oportunidades. Mesmo numa crise, a pessoa que tem mente próspera consegue enxergar oportunidades. Do contrário, a mente trava e você tem que fechar o processo de decisão. Vai cortar despesas e ficar pequeno porque não consegue aproveitar oportunidades para investir. De fato, é o cenário em que o Brasil vive hoje.
DC – E os demais cenários?
Hirata – O segundo cenário é o de instabilidade. Grande parte das pessoas procura uma zona de conforto para ter estabilidade. A mente pobre busca estabilidade; a mente próspera procura instabilidade porque tem algo para desenvolver. Os outros “Is” estão dentro da gente. O da insegurança tem uma conexão com a teoria de Carl Jung, que chamamos de contato com nossas sombras. Temos na nossa essência uma coisa de luz e outra de sombra. São forças antagônicas que precisam estar em harmonia. E o quarto “I” é o da injustiça. As pessoas estão muito preocupadas com elas mesmas. Se você ficar resistindo à injustiça, não vai abrir uma porta para enxergar a solução.
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DC – Um dos pontos fortes da sua orientação é o propósito. Como se chega até ele?
Hirata – A gente usa os “Is” num processo de desenvolvimento que começa com o “P”, de propósito (o PMI tem oito Ps). Grandes líderes conseguem entender a diferença entre objetivo de vida e propósito de vida. Propósito é o que a pessoa vai deixar para todo mundo. É algo imortal. Um exemplo foi Martin Luther King e a célebre frase I have a dream. O segundo “P” é o do protagonista. Grande parte de nós não tem protagonismo. Às vezes, eu pergunto para executivos “quem é você?” e eles respondem “eu sou formado em engenharia, tenho uma empresa de 10 mil funcionários e faturo US$ 2 bilhões por ano”. Ele não respondeu a pergunta. Para agir e não ter dificuldade diante dos “Is”, a pessoa precisa fazer uma promessa.
DC – Por que fazer promessa?
Hirata – Quando há uma promessa para fazer acontecer, você começa a ter foco e disciplina. A gente precisa agir, mesmo que se depare com cenários de mente pobre. Você poderá entrar em contato com a força superior para agir em forças que vão lhe atrapalhar. Aí começamos a caminhar para o paradoxo.
DC – O que é paradoxo no PMI?
Hirata – É uma equação mental antagônica. Eu independo da força externa, de um cenário de crise. Quanto pior é o cenário, melhor para mim. É outro “P” que a gente treina com os empresários. Quanto maior a crise, maior é a oportunidade, a insegurança, o desafio, a injustiça. A gente finaliza a Prosper Mind com a paz. Quanto mais paz tiver com a riqueza, mais próspero você fica.
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DC – O senhor pode dar mais um exemplo de propósito?
Hirata – O livro Sonho Grande, dos sócios da Ambev, tem um exemplo bacana. O Jorge Paulo Lemann (empresário) fala que está numa reunião com Warren Buffet. Perguntaram a Lemann para que tanto dinheiro, e ele disse: “O nosso propósito é mostrar para o mundo que é possível desenvolver empresas sustentáveis”. Ele compra empresas não-sustentáveis e as deixa sustentáveis para as pessoas terem uma qualidade de vida superior.
DC – Qual é a importância da habilidade de negociação?
Hirata – A cultura brasileira tem indicadores de incerteza. Esse indicador aponta que 77% tem medo do futuro. Eu peguei esse indicador cultural e anexei com o estilo de negociação que pesquisamos. Concluímos que a maioria dos empresários brasileiros só trabalha no curto prazo, não tem visão de longo prazo na negociação.
DC – Na sua avaliação, qual é o povo que negocia melhor?
Hirata – Os norte-americanos são excepcionais, disciplinados, se preparam bem. A preparação deve ocupar 70% do processo de negociação. Os brasileiros ocupam 30%. Eles conseguem prever variáveis com muita antecedência.
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Serviço
O quê: Mente Próspera, com Renato Hirata
Onde: Auditório da Fiesc, Rodovia Admar Gonzaga, 276, Itacorubi – Florianópolis
Quando: Dia 10 de outubro, das 8h30min às 11h30min
Custo: R$ 280 por pessoa
Informações: pelo telefone (48) 3223-4647 ou pelo e-mail palestrasolidaria@apoiocomunicacao.com.br