A importância da China para as exportações da produção de Santa Catarina disparou em dez anos e ainda tem potencial para alcançar um volume de US$ 2,1 bilhões ao final da década. A avaliação é de um estudo recém-publicado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que faz um diagnóstico do comércio com o país asiático e identifica oportunidades que ainda podem ser exploradas com ele.
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De 2012 a 2021, período analisado pelo Ipea, as exportações de produtos “made in SC” à China cresceram quase 45 vezes mais do que o volume exportado ao resto do planeta. Neste segundo caso, o aumento foi de 0,3% durante a década. Já os envios aos chineses subiram 13,4% no mesmo intervalo.
A intensificação do vínculo com os chineses era já uma tendência do Brasil, que tem hoje na China o seu principal parceiro comercial, mas, no caso de Santa Catarina, ficou acima até da média nacional, que teve alta de 8,8% nas exportações aos asiáticos nos dez anos sob análise. Outras 14 unidades federativas do país tiveram crescimento parecido, acima do índice médio brasileiro.
O instituto vinculado ao Ministério da Economia ainda identificou que, em 2021, a participação da China nas exportações catarinenses chegou a 16,9% (o equivalente a US$ 1,7 bilhão). Dez anos antes, isso estava em 6,3% (em US$ 559,6 milhões). A dependência de Santa Catarina do mercado chinês ainda é menor que a do país todo, em 31,3% há dois anos; em 2012, isso estava em 17,2%.
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O estudo do Ipea ainda coloca Santa Catarina entre os sete estados brasileiros que conseguem diversificar suas exportações ao país asiático. Na década analisada pela pesquisa, os principais produtos vendidos aos chineses foram soja; carne suína congelada; miudezas de galinha congeladas; compressores para equipamentos frigoríficos; e madeira serrada ou fendida longitudinalmente.
Ainda assim, também de acordo com o instituto, o estado tem ao menos 45 oportunidades para ampliar e diversificar suas saídas à China. “As exportações poderiam atingir US$ 2,1 bilhões em 2030, aumento de 54,0% em relação à média do período de 2017-2020”, estima o Ipea em seu estudo.
As oportunidades envolvem tanto exportações de produtos que Santa Catarina já faz, mas que precisa manter em igual patamar (manutenção) ou subir a um maior nível (consolidação), quanto vendas que o estado já teve em melhor número (recuperação) ou que faz muito pouco (abertura), embora exista o interesse chinês. Neste último caso, são 14 tipos de produtos, que vão de papel a miudezas de suínos, com potencial para movimentarem em 2030, respectivamente, US$ 33,1 milhões e US$ 51,1 milhões.
No ano passado, conforme dados do Observatório da Fiesc, Santa Catarina exportou US$ 1,6 bi em produtos à China, atrás apenas dos Estados Unidos (com U$ 2,1 bilhões). Já no quesito importação, o mercado chinês ficou disparado à frente, com US$ 11,5 bilhões gastos pelos catarinenses — o segundo colocado na ocasião foi o Chile, com US$ 1,9 bilhão em produtos vendidos ao estado.
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