A alimentação, considerada a vilã para a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no país em 2013, foi também a responsável por um aumento de 6,09% nos preços dos produtos em Florianópolis, segundo o Índice de Custo de Vida, realizado pela Esag/Udesc. O percentual só é menor do que o registrado pelos produtos industrializados e serviços.
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A expectativa para 2014 é que esse aumento não se repita no mesmo nível vivido até o mês passado, mas especialistas alertam que há fatores políticos e de produção que podem mudar o cenários das previsões otimistas.
Em 2013, Florianópolis foi ranqueada como a nona capital com a maior variação de preços dos produtos que compõem a cesta básica, dentre as 18 analisadas. A farinha de trigo, o feijão e o tomate foram os alimentos que mais subiram de preço no último mês do ano, de acordo com a pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
José Álvaro de Lima Cardoso, supervisor técnico do Dieese-SC, ressalta que, apesar de a carne figurar como o quarto elemento com aumento de preços, é ela que pesa mais no gasto final com a cesta básica do morador da Ilha.
– A carne equivale a mais de 30% do percentual gasto com a compra dos itens. Seu aumento tem a ver com a menor oferta de carne neste período, aliada ao aumento de consumo da população.
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Apesar de o ranking assustar em um primeiro momento, Cardoso abranda ao dizer que a variação percebida em Florianópolis não é levada em consideração pelo consumidor, que é influenciado diretamente pelo preço total da cesta básica. E, neste caso, a Capital se mantém em uma posição parecida nos últimos anos, próxima do quinto lugar entre as capitais.
Produtos industrializados tiveram as maiores altas
Ao avaliar o ano inteiro, o cálculo do custo de vida em Florianópolis ficou 0,18% acima do IPCA. Além disto, cresceu meio ponto percentual em relação ao valor registrado em 2012 – o maior valor desde 2010. O coordenador da pesquisa, Hercílio Fernandes Neto, conta que os produtos industrializados, como achocolatado e catchup, subiram bem acima do que vinha acontecendo no município – uma variação geral de 9,43%.
– O resultado reflete a conjuntura internacional, porque muitos insumos básicos são importados e, com a alta do dólar ao longo do ano, eles tendem a encarecer.
Apesar dos aumentos, nem todas as categorias estudadas subiram em Florianópolis. Neto ressalta a redução de 1,25% nos serviços públicos no município, guiados em especial pela desoneração tributária da energia elétrica no início do ano. Ainda que tenha havido um aumento próximo a 13% na tarifa, segundo o coordenador, a variação ainda foi positiva para o bolso dos moradores locais.
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– Gosto de fazer uma previsão otimista para 2014, porque a expectativa de inflação é uma de suas maiores causas. A correção do salário mínimo, por exemplo, gera uma cadeia de mudança de preços que normalmente não condizem com o aumento do salário.