A um dia do início dos jogos da Copa do Mundo de 2018 a oferta e procura por produtos alusivos à Seleção Brasileira começam a ganhar o comércio de Joinville. A presença de torcedores nas lojas se deve a estreia do Brasil, marcada para domingo, às 15h, em jogo contra a Suíça. Itens como bandeiras, roupas, apitos e cornetas chegaram às vitrines de forma tímida no início da semana, ainda disputando espaço com o Dia dos Namorados e festas juninas. Hoje, o cenário já é diferente: prateleiras recheadas em verde e amarelo.
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O cenário tem explicação na intenção de compra dos consumidores. De acordo com pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), ao menos 33% dos micro e pequenos empresários brasileiros dos ramos do comércio e serviço estima crescimento nas vendas. A Fecomércio destaca que os empresários esperam faturamento até 12% maior do que o mesmo período do ano passado. E mais, a gigante Google aponta que em torno da metade dos brasileiros deseja comprar itens relacionados à Copa para assistir os jogos.
Em Joinville, esse espírito torcedor pode ser conferido em lojas de diversos segmentos, principalmente no Centro da cidade. O objetivo dos lojistas é o mesmo, buscar impulsionar as vendas com a participação do país no Mundial. Na Chocante, especializada em artigos para festas, por exemplo, a movimentação é satisfatória desde o início do mês. O estabelecimento chegou a preparar estoque para o caso de a Seleção avançar às finais, conforme conta a gerente do estabelecimento, Solange Ferreira. No local o ticket médio de compra varia em torno de R$ 30.
— Estamos vendendo bastante para famílias, que estão comprando balões, bandeiras, chapéus, uma diversidade de produtos e os clientes estão respondendo ao investimento. A torcida é para que o Brasil passe as primeiras fases, porque isso terá impacto direto nos nossos resultados de vendas durante a Copa — explica.
Para ela, a junção do início dos jogos com a semana do Dia dos Namorados e as festividades tradicionais deste mês não influencia nas compras relacionadas aos jogos e não atrapalhou a venda dessas mercadorias. “O público já vem determinado a levar o que deseja para torcer”, aponta. No entanto, em outras lojas, a proximidade das datas fez com que a vitrine com as cores da bandeira nacional fossem seguradas até metade da semana. Este foi o caso da Mega Show, também no centro.
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— Montamos a vitrine verde e amarela somente na terça-feira e conforme fomos enfeitando, a procura foi aumentando. O pessoal busca principalmente camisetas, que está difícil de encontrar em outros lugares, mas levam também toucas, cachecóis, faixas de cabelo e bandeiras — afirma a dona da loja, Maristela Alves.
Outra que decidiu esperar para montar a vitrine alusiva à Copa foi a Pitter Pan, loja de festas no bairro Iririú. Das duas vitrines da loja uma é ocupada por materiais de festa junina, a outra é decorada nesta quarta-feira com o tema “Brasil”, depois de finalizadas as vendas para o Dia dos Namorados. No entanto, boa parte da loja já reúne produtos da Seleção desde o fim da Páscoa.
No local, os destaques ficam por conta das perucas; gravatas; pirulitos; copos; cornetas e bandeiras. O ticket médio de compra é de R$ 80. Conforme o gerente, Guilherme Pacheco, o tema ainda é procurado para a decoração de festas de aniversário e o atual momento do time também reflete nas vendas.
— Com as duas boas atuações do Brasil nos últimos amistosos, verificamos que a tendência é uma maior procura por esses produtos — revela.
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Diferentes significados para os itens decorativos atraem os consumidores
Entre os clientes, a paixão pelo futebol se une a oportunidade de festejar com amigos e familiares. Os utensílios procurados têm função desde objeto de decoração até para intensificar o barulho da festa. É o que esperam a joinvilense Aline da Silva Ribas e o filho, Lucas, que responde empolgado e sem titubear: “buscamos o Hexa”, quando perguntado pela reportagem o que procurava na loja que remetesse à Seleção.
Por outro lado, a maior oferta de produtos contendo a bandeira do Brasil serve também para os cidadãos que buscam dar outros significados para o símbolo além do futebol. É o que pretende, por exemplo, a bancária Ana Caroline Marques de Souza. A jovem conta que o momento de instabilidade que o país enfrenta foi determinante para que ela aproveitasse o momento para comprar itens relacionados às cores verde e amarela.
— A gente quer ter uma bandeira em casa para estender, não só pela Copa do Mundo, mas para orar pelo nosso país — justifica.