Os produtores gaúchos estão preocupados com a proliferação de javalis, que têm destruído plantações pelo interior do Estado. Os animais atingem principalmente as lavouras de milho. Conforme o vice-presidente da Associação Gaúcha de Controle aos Javalis, o médico veterinário Ivalcir Peruchin, os animais também atacam as plantações de soja.

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– Ele já começa no plantio, e depois tem um longo período na maturação do milho, onde ele pode ficar se alimentando. A soja também é problemática, pois ele come as sementes de soja, já começa a comer as sementes junto com o adubo. E depois da maturação ele também acaba atacando e danificando esta outra cultura. Mas o grande problema ainda é com as lavouras de milho – afirma.

Para diminuir o número de animais, desde 2002 a caça era liberada pelo Ibama no Rio Grande do Sul. Agora, por conta de uma instrução normativa expedida pelo órgão, ela está proibida, o que vem deixando os produtores rurais apreensivos. O coordenador geral de autorização de uso e gestão da fauna e recursos pesqueiros do Ibama, Vitor Hugo Cantarelli, explica que a caça não se mostrou uma alternativa eficaz no controle e que é preciso estudar novas formas de combate.

– O Rio Grande do Sul tem uma prática de caça e precisa ser avaliada com mais cuidado para avaliar se essa prática tem trazido uma diminuição sistemática dos estoques de javalis que estão na natureza, aliado com o trabalho de reorganização dos próprios sistemas de criação e com uma medida efetiva de que mais javalis entrem pela fronteira da Argentina e do Uruguai, aí sim teremos um controle efetivo – ressalta.

Os primeiros javalis vieram importados da Europa para a Argentina, no início do século 20. A sua dispersão fez com que invadissem o Brasil pela fronteira do Rio Grande do Sul com o Uruguai. Nos anos 90, foram registrados os primeiros ataques a culturas de milho na cidade de Herval.

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As fêmeas dão três ninhadas por ano com média de oito filhotes cada. Atualmente, segundo a Associação Gaúcha de Controle aos Javalis, população da espécie pode chegar a 200 mil animais.