Os gestores das empresas geradoras de energia elétrica dizem ter ficado “indignados” com a solução que o governo encontrou para socorrer as distribuidoras e a avaliaram como “arbitrária”. É o que informou Luiz Fernando Vianna, presidente da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine).
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– A medida mexe as regras do jogo no meio do jogo – definiu.
O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, anunciou nesta sexta-feira que o custo do uso de energia proveniente de termelétricas em momentos emergenciais passará a ser repartido entre todos os agentes do setor. Até agora, ele ficava a cargo das distribuidoras, que repassavam os valores para os consumidores no momento do reajuste anual. Agora, 50% desse custo ficará com o agente que estiver exposto no mercado de curto prazo. A outra metade será rateada entre os demais elos da cadeia: consumidores, produtores e comercializadores.
Os geradores de energia ficaram insatisfeitos porque passarão a pagar uma parte dessa conta.
– Entendemos que houve uma intervenção sem precedentes no mercado. A questão não foi submetida à consulta pública, não foi discutida com o mercado – reclamou Vianna.
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Vianna explica que, ao contrário das distribuidoras, as geradoras não podem repassar o gasto.
– Os distribuidores pagam, mas no mês do reajuste da tarifa eles têm o reembolso. Para os geradores, o que vai ser pago é perdido, não há como recuperar”, disse. “Realmente não tem justificativa para o governo ter feito isso, a não ser a arbitrariedade. A conta está muito alta de um lado, aí vamos ver com quem vamos dividir. Essa não é a maneira correta de fazer as coisas – reclamou.
A Apine informou que ainda não tem o valor extra que as geradoras terão que assumir.