Representantes da suinocultura fizeram nesta quinta-feira protestos e churrasco de carne suína em frente ao Ministério da Agricultura, em Brasília. Foram anunciadas medidas de apoio ao setor, mas os produtores retornam insatisfeitos para suas granjas. Um dos principais pedidos, a garantia de preço mínimo de referência a ser pago ao produtor, ficou na promessa.
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Embora não fixe prazo, o governo federal está avaliando, em caráter excepcional, a definição deste valor para operações de subvenção de Prêmio de Escoamento de Produto (PEP) em R$ 2,30 o quilo vivo. A medida atenderia a Região Sul, com limite de 50 mil toneladas para cooperativas e agroindústrias que comprarem a carne diretamente dos criadores independentes. Também está em estudo o pagamento de R$ 0,40 ao produtor a cada quilo de carne vendida, via Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro), adiantou o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho.
Para os representantes dos suinocultores, entretanto, o pacote ficou aquém do esperado. Na opinião do presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, é preciso pressionar ainda mais para que o preço mínimo não fique apenas na promessa. Por isso, os líderes do segmento retornam à Brasília para uma nova rodada de negociações, na próxima semana.
– Tenho certeza de que o ministério tem condições para isso. Se houver vontade política, seremos atendidos – ressaltou.
As medidas de socorro ao setor foram apresentadas por Mendes, nesta quinta-feira de manhã, em audiência pública na Comissão de Agricultura do Senado, para centenas de suinocultores de todo o país. No início da tarde, em uma reunião no gabinete, o ministro reforçou que o governo federal está empenhado para que as novas ações sejam aprovadas.
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– Temos uma demanda reprimida e precisamos agir de forma que possamos vencer este momento difícil – destacou o ministro.
O presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Produtora e Exportadora de Carne Suína, Pedro de Camargo Neto, lembrou que o Brasil é um dos maiores produtores de carne suína em todo o mundo e disse que isso exige uma atuação forte e eficiente do poder público.
– Infelizmente, isso ainda não temos – avaliou.
O REFORÇO
Os principais pontos do pacote anunciado pelo governo federal:
– Prorrogação automática por seis meses dos vencimentos das dívidas de custeio – tanto as que venceram ou que vão vencer este ano. As parcelas de investimento passarão para um ano após o vencimento da última mensalidade.
– Linha Especial de Crédito para a compra de leitão ao preço de R$ 3,60 o quilo. Foram liberados R$ 200 milhões, com taxas de 5,5% ao ano, para criadores, agroindústrias, cooperativas e varejistas.
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– Ampliação do limite da linha de crédito para a retenção de matrizes via Plano Agrícola e Pecuário 2012/2013, para R$ 2 milhões, ao juro de 5,5%.
– Linha de crédito para financiamentos fora do sistema bancário, que podem ser contraídos junto a cooperativas, cerealistas, fornecedoras de insumos e tradings. Os juros também são de 5,5% ao ano.