Produtividade industrial brasileira, queda nas vendas do varejo, impactos da retração do setor automobilístico foram alguns dos temas abordados no primeiro debate do Cresce SC, evento promovido pelo Sindicato dos Engenheiros de Santa Catarina (Senge/SC) e Diário Catarinense e com apoio da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc).
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:: Para economista, SC está na liderança da recuperação econômica brasileira
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Glauco Côrte, presidente da Fiesc, afirmou que a entidade está levantando as demandas do setor industrial catarinense para apresentar aos candidatos a governo do estado e à presidência da República. Ele defende que o principal gargalo do setor em Santa Catarina é a infraestrutura física, que sofre de “deficiência crônica”. Côrte ressalta que também é importante um olhar atento às pequenas e médias empresas, que são as mais afetadas pela alta carga tributária e burocratização. Porém, para Côrte, o industrial catarinense ainda é otimista. Prova disso é que continua gerando empregos e investindo.
Adriano de Amarante, chefe do departamento de Ciências Econômicas da Esag-Udesc e um dos debatedores do primeiro encontro, cita que o Brasil deve crescer 1,6% em 2014, conforme estimativas de instituições financeiras, enquanto a indústria e o comercio esperam um crescimento de 2%.
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– Esse crescimento baixo se deve a um esgotamento do modelo baseado em estímulos ao mercado interno – defende.
Para ele, os principais fatores para aumentar a produtividade industrial _ que cresce, mas tem potencial para crescer mais _ são investimentos em infraestrutura física e social. Ele acredita que a economia catarinense fica à mercê das decisões do governo central em relação à física, então a solução estaria em focar na social, que engloba investimentos em saúde, educação e transporte para que “o trabalhador aumente sua produtividade”.
Graciella Martignago, economista e consultora da FIESC, reforçou que Santa Catarina tem apresentado um bom desempenho. Na produção industrial, enquanto o Estado cresceu 7,4% nos últimos 12 meses, o Brasil apresentou um índice de 2,6%. Porém, ela ressalta que quando se fala em expectativa o empresário não está mais “tão otimista”. Ela cita que o indicador da Fiesc aponta o menor índice dos últimos dois anos quando o tema é expectativa do empresário catarinense para os próximos seis meses.
– Santa Catarina não está ruim, mas está piorando – avalia.
Para comprovar isso, ela cita que o vestuário, setor que apresentou a maior alta em 2013, com 36% de aumento de produção em SC, neste ano aparece com 4% de queda na venda industrial.
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Mauricio Mulinari, assessor econômico da Fecomércio/SC, destacou que o comércio de Santa Catarina é afetado pelos juros elevados. Além disso, aponta o pleno emprego, com as dificuldades para encontrar mão de obra, e os problemas de mobilidade urbana como desafios da economia catarinense.