A baixa produtividade freia o potencial de crescimento do Chile, arrasado sobretudo pela ineficiência da mineração, cuja produtividade caiu 4,7% ao ano no último quarto de século, segundo relatório da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado nesta terça-feira (9) em Santiago.

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O documento indica que a produtividade total dos fatores (PTF) do Chile, que mede a eficiência de todos os recursos em um processo de produção – “continua estagnada desde o começo dos anos 90”.

“Isso se deve principalmente à mineração, um setor cuja PTF vem diminuindo nos últimos 25 anos na razão de 4,7% anual”, acrescenta o relatório sobre o desempenho do principal produtor mundial de cobre.

No Chile – produtor de cerca de um terço do cobre mundial -, por exemplo, o número de trabalhadores por unidade de produção na mineração é três vezes maior que na Suécia. Além disso, “a maioria dos trabalhadores estão empregados em atividades de baixa produtividade”.

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O relatório alerta também que, apesar do avanço da economia chilena – que desde 2000 cresceu em média 4% ao ano – “a base do conhecimento e da aprendizagem continua sendo limitada”.

“As oportunidades econômicas se concentram em um número reduzido de atividades, regiões e empresas. Apenas a mineração representa mais de 55% das exportações, e 40% dos chilenos vive na região metropolitana, que gera 48% do PIB do país”, afirma a OCDE.

As grandes empresas inovam também no Chile menos que as de outros países da OCDE. Em média, representam 73% do volume de negócio nacional e 57% dos investimentos totais em pesquisa e desenvolvimento, que, a nível nacional, representa “uma das mais baixas de todos os países da OCDE: 0,39% do PIB”.

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Para aproveitar as oportunidades, “a economia chilena precisa se basear mais em conhecimento e reduzir sua dependência dos recursos naturais”, recomenda a organização.

* AFP