Com um total estimado de 1,5 milhão de hectares, englobando as atividades de agricultura e pecuária, com predomínio de pequenos produtores rurais, a produção orgânica nacional apresenta tendência de crescimento continuado nos próximos anos, segundo especialistas do setor. O Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos, do Ministério da Agricultura, lista até o momento 7.959 agricultores orgânicos individuais certificados. Dentro dessa perspectiva, a garantia da qualidade se torna uma exigência cada vez maior dos consumidores.
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A tecnologista Larissa Akemi Iwassaki, da Divisão de Certificação de Produtos do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, diz que a certificação é obrigatória para qualquer produtor que queira usar a denominação orgânica.
– É uma forma de garantir que os requisitos do sistema de produção orgânica estão sendo cumpridos. A certificação é um instrumento de mercado, de acesso. Para acessar esse mercado, ele [produtor] tem que garantir que [o produto] foi feito de acordo com os requisitos de produção orgânica – reitera Larissa.
A lei que regula a produção orgânica no Brasil abrange vários temas, que vão desde a questão trabalhista, passando pelas áreas ambiental e social, até a técnica, destaca Larissa. O INT integra o Cadastro Nacional de Organismos de Avaliação da Conformidade Orgânica, do Ministério da Agricultura, na parte de certificação por auditoria.
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As entidades certificadoras são credenciadas pela pasta e, de acordo com Larissa, funcionam como se fossem os olhos do ministério para averiguar se os requisitos estão sendo cumpridos. Ela esclareceu que a certificação equivale a um selo de qualidade, que é uma forma de diferenciar um produto convencional do produto orgânico.
De acordo com o INT, as mais recentes estatísticas apontam que o mercado mundial de orgânicos movimenta US$ 62 bilhões, com 6% de crescimento anual.
O fiscal federal agropecuário Alfredo Henrique Mager, do Ministério da Agricultura, disse à Agência Brasil que, comparada ao total de áreas de pastagens e agricultura convencional no Brasil, que abrange em torno de 260 milhões de hectares, a área de produção orgânica “é um espirro”. Ele salientou, porém, que a unificação das regras da produção orgânica e da agroecologia em um programa nacional fortalece esse segmento agrícola, na medida em que centraliza as ações.
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No Brasil, existem três sistemas de garantia do produto orgânico, segundo o coordenador da Comissão de Produção Orgânica no Rio de Janeiro, Alfredo Mager. Um deles é a venda direta, que não precisa de certificação, mas é controlada. Outro sistema é a certificação tradicional, por auditoria. Existe ainda o sistema participativo de garantia. Esse tipo de sistema certifica produtores com base na participação ativa das partes interessadas, fundamentado na confiança e na troca do conhecimento.