Após um expressivo crescimento em junho, de 6%, a produção industrial catarinense voltou a cair em julho, registrando queda de 3,1%, a segunda maior do país no período. Em nível nacional, o cenário ficou estável, com crescimento de 0,1%. Nos primeiros sete meses do ano, a produção em Santa Catarina recuou 5,9%, enquanto no Brasil a queda foi de 8,7%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE.
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—A expectativa do empresário é de melhoria da demanda e também é positiva em relação às exportações, mas ainda vivemos um cenário de incertezas quanto a decisões que serão tomadas – diz Carlos Henrique Fonseca, diretor de Desenvolvimento Industrial e Institucional da Federação da Indústrias de Santa Catarina (Fiesc).
Apesar da queda, o índice de produção foi 89, o segundo melhor do ano. O pior desde 2014 foi registrado em dezembro do ano passado: 84,4.
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O maior responsável pela redução no acumulado do ano é o setor de produtos metálicos, queda de 25,2% , seguido pela metalurgia (-16,8%) e pelos produtos de minerais não-metálicos (-16,3%). Entre julho de 2015 e julho de 2016 o tombo foi de 7,6% no Estado.
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No ano, os piores resultados do país ficaram com Espírito Santo (-22,4%), Pernambuco (-15,7%) e Amazonas (-15,0%). Por outro lado, Pará (10,2%) e Mato Grosso (9,9%) foram os únicos a ter resultado positivo no período.
Vestuário puxou queda em julho
Nove das doze atividades investigadas tiveram queda em julho, mas o destaque é do vestuário, com redução de 18,6%. pressionado, em grande parte, pela menor produção de camisas, blusas, vestidos de malha. Com inverno rigoroso e prolongado, o setor têxtil produziu acima do normal nos meses que antecederam julho. Agora enfrenta um hiato na produção, já que ainda não há demanda para roupas de meia estação.
— Como o inverno foi bom e o varejo vendeu bem, e partiu-se do principio de que ia comprar bem a meia estação. Só que isso não aconteceu porque o frio continuou. E o varejo, acostumado aos baixos índices de consumo dos últimos dois anos, ainda não está acreditando no consumo – explica Ulrich Kohn, presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e Vestuário de Blumenau (Sintex).
As principais influências positivas sobre o total da indústria em julho vieram dos setores de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (15,6%) e de produtos alimentícios (2,4%), impulsionados, em grande medida, pela maior fabricação de refrigeradores ou congeladores; e de óleo de soja refinado e preparações e conservas de peixes, respectivamente.
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No paós, os melhores números foram registrados em Pernambuco (3,9%), Paraná (2,6%) e Espírito Santo (2,3%). São Paulo (1,6%), Minas Gerais (1,1%) e Ceará (0,4%). Já a Bahia (-11,2%) apontou o resultado negativo mais acentuado.