Em um festival que chega a sua décima edição com 60% de participantes estrangeiros, nada mais natural do que contar com ajuda do exterior para sua organização. No 10º Femusc, são os argentinos (e os residentes desse país) que ganham espaço de destaque na produção. Além de a coordenação artística ser assinada pela argentina Lorena Bianucci, segundo nome mais importante na escala artística do festival, outros três profissionais emprestam sua dedicação ao evento. No Femusc, que se consagra internacionalmente, mesmo os bastidores são formados por diversas nações.
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Camila Miranda é jaraguaense, porém o sotaque espanhol que se infiltra no português revela a longa vivência em outro país. A jovem mudou-se para Buenos Aires há quatro anos, onde cursou mestrado. Seu contato com o Femusc começou em 2012, quando participou da organização pela primeira vez, aproveitando um período de férias. O que seria apenas um trabalho de verão tornou-se evento fixo na agenda anual: desde 2012 a jovem integra todas as edições do Femusc junto à equipe de ensalamento.
– Venho pela música em si e pela magnitude do evento, além da integração cultural, que me chama muito a atenção. Em Jaraguá do Sul, com exceção do Femusc, não tem algo assim – completa.
Não bastasse trabalhar no festival jaraguaense, Camila trouxe o apoio extra de seu namorado Andrés Osorio para o evento. Colombiano que também vive em Buenos Aires há quatro anos, Andrés foi incentivado pela propaganda feita pela namorada e hoje é um entusiasta do festival.
– Fiquei na expectativa de conhecer o festival, a interação de arte e cultura. O nível daqui do Femusc é muito alto. Para os alunos, os professores são ídolos – sorri Andrés, que participa pelo segundo ano do Femusc.
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Nasce um festival
Outra ajuda da Argentina neste ano no Femusc é representada por Florencia Abraham. A jovem integrou a primeira edição do evento, em 2006, no que ela chama de sua entrada musical no Brasil – ocorrida após viagem a bordo de um motor-home junto da família. E foi aqui, em terras brasileiras, que ela descobriu a força da América Latina. Acompanhada do irmão Elias, a dupla viveu um evento que influenciaria suas vidas. Os irmãos criaram um festival nos moldes do Femusc em seu país. O Encuentro Juvenil Música para Todos ocorre a cada dois anos de forma itinerante, sendo sediado em diferentes cidades a cada edição.
– Aqui, começamos a conhecer muita coisa e ver que gostamos muito da ideia de compartilhar. Levamos a ideia daqui e foi um impulso para começarmos lá – lembra ela.
Atualmente, Florencia finaliza um mestrado Zurique, na Suíça. Neste ano, em sua terceira participação no Femusc, ela muda de lado e passa para a organização, atuando na coordenação artística do evento – é ela quem organiza as projeções feitas durante os Grandes Concertos e o Musicalmente Falando. Ainda assim, a jovem instrumentista não deixa de lado seu papel musical: quem quiser, pode escutá-la tocando no dia 29 de janeiro, às 20h30, em Guaramirim.