A privilegiada natureza, bem como as diferentes colonizações, tornam Santa Catarina uma terra rica em cultura, belas paisagens e muita gastronomia. O vinho sempre esteve presente nas colônias italianas, principalmente próximas do litoral, como Urussanga e Nova Trento, além do Meio-Oeste.
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Agora, novas pesquisas e alta tecnologia têm mostrado a potencialidade de novas áreas, como a fria São Joaquim, no alto da Serras Catarinense, que surge como uma das mais promissoras regiões do Brasil para vinhos de alto padrão. Há até uma associação, a Acavitis (Associação Catarinense dos Produtores de Vinhos Finos de Altitude), que congrega esses produtores.
Conheça um pouco mais sobre as regiões:
Meio-Oeste, Vale do Rio do Peixe
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Cidades como Videira e Tangará sempre tiveram a cultura do vinho inserida no cotidiano da população. Além de grandes empresas que elaboram diversos tipos de bebidas, há hoje um movimento com grandes investimentos em melhorias e pequena produção de vinhos de categorias especiais.
A tradicional família Panceri, além de investir em tecnologia, possui um fabuloso museu do vinho, profissionalmente organizado. Treze Tílias, austríaca na arquitetura e com turismo muito forte, recebe o projeto da família Kranz, cujos vinhos modernos e bons espumantes têm surpreendido os consumidores. Outro destaque é o projeto Villaggio Grando, na cidade de Água Doce, que valoriza a natureza, vistas panorâmicas e design. Destaque para os vinhos da variedade Chardonnay.
Nova Trento
Vígolo, interior de Nova Trento, é conhecida internacionalmente pela história de Madre Paulina. De forte origem italiana, a comunidade sempre elaborou vinho colonial, caseiro, para consumo próprio, com pequenos vinhedos. Pragas no solo acabaram por extinguir as vinhas, porém, através de intercâmbio com produtores gaúchos, há muitas engarrafadoras. Com a santificação de Madre Paulina, milhares de pessoas visitam Nova Trento diariamente. Assim, o vinho regional passou a ser conhecido no Brasil inteiro. É uma boa opção para passeio em família.
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Vales da Uva Goethe
No início da Serra do Rio do Rastro, Urussanga é a terra da uva Goethe. Essa variedade branca, híbrida foi introduzida em 1910 e adaptou-se muito bem ao clima litorâneo da região. Teve seu auge de produção nos anos 50. Atualmente, restam apenas 40 hectares. O vinho Goethe é elaborado com o mesmo cuidado dedicado a um vinho fino. É muito frutado, tem ótima acidez, combinando com frutos do mar. É uma boa opção para clericot com frutas cítricas.
Serra Catarinense
Uma das mais frias regiões do Brasil é famosa internacionalmente pela alta qualidade dos seus vinhos. Nas cidades de São Joaquim e Lages, as condições climáticas e a altitude formam um conjunto perfeito para vinhos tintos minerais e longevos, rosés bem estruturados, bem como brancos de muita personalidade. As uvas amadurecem lentamente, a colheita pode acontecer entre março e junho. Há até um vinho ao estilo IceWine, cujas uvas são colhidas parcialmente congeladas. As principais marcas da região são a Villa Francioni (cujo vinho Sauvignon Blanc é considerado como um dos melhores da América Latina), Cave Pericó, Quinta da Neve, Sanjo, Villaggio Bassetti e Santo Emílio.
Dica do sommelier:
Piemonte? Não, Serra
Eduardo Araújo, enólogo e dono da Santa Adega, em Florianópolis
Subir as montanhas, apreciar a bela culinária local e degustar excelentes vinhos, produzidos ali mesmo. Você não precisa viajar até o Piemonte. É só subir a Serra Catarinense rumo São Joaquim e o interior de Santa Catarina para apreciar tudo isso, além de paisagens maravilhosas.
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A altitude entre 900 e 1400 metros emprega características únicas aos vinhos locais, com grande amplitude térmica e menor quantidade de carbono no ar, possibilita uma maturação completa e lenta para as uvas locais.
As montanhas também protegem a região do excesso de chuvas e o solo pedregoso aporta excelente drenagem aos vinhedos. Esses fatores fizeram com que diversas vinícolas se instalassem na região desde o início do ano 2000, e logo depois houve a criação da Acavitis, associação que visa o crescimento em todos os sentidos dos vinhos da região. Esses fatores únicos trouxeram muitos entusiastas e hoje a Acavitis conta com mais de 30 associados.
Além de empresas já consagradas, como a Villa Francioni, estão marcas como Monte Agudo, Suzin, Sanjo, Villagio Bassetti e Villagio Grando, entre outras. Destaco aqui dois vinhos tintos encorpados para aquecer o inverno:
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Abreu & Garcia Cabernet Sauvignon / Merlot 2009:
Novidade de Campo Belo do Sul, surpreendeu por apresentar aromas frutados de cassis e amoras e um apenas um leve herbáceo, típico da casta em clima frio, demonstrando ótima maturação. Um leve floral aliado a especiarias e baunilha dão o toque do envelhecimento em madeira. Na boca é encorpado, com taninos firmes, mas maduros.
Villagio Bassetti Primiero 2008:
Cabernet Sauvignon de vinhedos acima de 1.200 metros, com fermentação integral. É intenso e elegante. Aromas de frutas maduras se misturam a notas de terra, couro e baunilha. Aromas típicos da região se abrem, como pinhão e pimentão. Na boca é denso e com ótima estrutura, sem perder equilíbrio com a bela acidez.
SAIBA MAIS SOBRE AS VINÍCOLAS
Kranz: aberta em 2007, tem espumantes, brancos, tintos e rosé. Treze Tílias.
Pericó: foi a vinícola a produzir o primeiro “ice wine” brasileiro. São Joaquim
Sanjo: vende rótulos somente após repousos de cinco anos. São Joaquim
Villa Francioni: a mais famosa e premiada vinícola da Associação. São Joaquim
Villagio Bassetti: teve a primeira colheita em 2008, aposta em seleções rigorosas. São Joaquim.
Villagio Grando: aberta em 1999, produz 180 mil garrafas/ano. Água Doce