A produção de veículos no país acompanhou a queda nas vendas em janeiro. De acordo com a Anfavea (associação que representa as montadoras), houve redução de 3,9% em relação ao mesmo mês de 2019.
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O cálculo considera a fabricação de carros de passeio, comerciais leves, ônibus e caminhões. Em relação a dezembro, a produção cresceu 12,2%.
A entidade considerada os resultados normais devido ao período de férias coletivas nas fábricas e acredita na retomada nos próximos meses.
Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, repetiu o discurso da Fenabrave (que representa os distribuidores) e atribuiu parte da queda de 3,2% nas vendas à mudança nas placas de veículos novos em São Paulo, que passou a adotar o padrão Mercosul.
E afirmou que a paralisação de fábricas de componentes na China por causa do coronavírus ainda não afeta a produção brasileira de automóveis. Segundo Moraes, as empresas estão monitorando a situação, que é preocupante, mas ainda não houve atrasos no envio ou escassez de peças nas linhas de montagem.
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Em janeiro, as exportações sofreram mais um baque e tiveram redução de 20% na comparação com o primeiro mês de 2019, com menor número de envios para o México e para o Chile, além da crise na Argentina.
"Estou muito preocupado, o fluxo caiu. É preciso ter um cuidado maior com os produtos industrializados exportados, que também geram empregos de maior qualidade", diz Moraes.
O dado já foi pior: em 2015 e 2016, o Brasil esteve em nono lugar.
A Anfavea prevê queda de 11% nas exportações em 2020.
Em 2018, 70% das exportações de veículos nacionais foram para a Argentina. Em 2019, a participação do país vizinho foi reduzida para 19%.
Com o impacto da queda nas exportações e da crise que atingiu o país nos últimos anos, o Brasil perdeu uma posição no ranking de maiores produtores de veículos do mundo.
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O país fechou 2019 na oitava posição. No início da década, parecia que iria se estabilizar na sétima colocação.O resultado é visto na mudança do fluxo de capital. Entre 2010 e 2019, as matrizes enviaram US$ 29,2 bilhões para o mercado nacional, enquanto cerca de US$ 18 bilhões de lucros e dividendos foram remetidos ao exterior no mesmo período.