Apesar da queda na concentração de renda no Brasil, ainda é expressiva a desigualdade territorial na geração de riqueza do País. Um número reduzido de municípios responde pela maior parte do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. É o que mostra o estudo “Desigualdade da Renda no Território Brasileiro”, divulgado hoje pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O documento analisa o grau de concentração e desigualdade de Estados e regiões do País por meio dos PIBs per capita dos municípios.
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O Ipea considera o grau de desigualdade do PIB dos municípios brasileiros por meio do coeficiente de Gini, que varia de zero a um – quanto mais próximo do limite máximo, maior a desigualdade. Em 2007, por exemplo, os municípios entre os 10% mais ricos participavam com 78,1% do PIB nacional. Já os municípios entre os 40% mais pobres registravam uma participação de apenas 4,7%.
Pelo estudo, entre 1996 e 2007 a desigualdade caiu mais na Região Nordeste (baixa de 4,8%), com o coeficiente de Gini passando de 0,84 para 0,80. Em seguida aparecem o Norte do País, com queda de 3,6% (de 0,83 para 0,80) e o Sul, com 2,5% (de 0,81 para 0,79).
Neste mesmo período, o Centro-Oeste foi a região que mais cresceu economicamente (5,3% ao ano), seguida pelo Norte (3,62%), pelo Nordeste (3,15%), pelo Sudeste (2,52%) e pelo Sul (2,27%). De 1996 a 2007, o grau de desigualdade dos PIBs dos municípios somente aumentou no Espírito Santo (3,7%) e no Mato Grosso do Sul (1,9%). Nos demais Estados, houve queda.
De acordo com o Ipea, os Estados com maior expansão dos PIBs municipais foram Tocantins, Maranhão e Mato Grosso do Sul. Mas isso não se refletiu na diminuição da desigualdade da riqueza territorial. Também os Estados com menos dinamismo na expansão dos PIBs (Amazonas, Rio Grande do Sul e Pernambuco) reduziram pouco o grau de desigualdade da riqueza territorial.
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O estudo teve como referência os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), considerando um período de quase 90 anos, de 1920 a 2007.