A Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) anunciou na manhã desta quarta-feira que teve um recorde histórico de produção de água tratada. Segundo a empresa, no dia 31 de dezembro de 2016 foram produzidos mais de 183,6 milhões de litros de água para abastecer moradores e visitantes da Florianópolis. Antes deste, o último recorde a ser registrado aconteceu no dia 8 de fevereiro de 2016 – quando 156 milhões de litros foram consumidos na cidade.

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A divulgação desse índice, apresentado pelo presidente da Companhia, Valter Gallina, só foi possível após a instalação de 80 macromedidores em Florianópolis — 36 no norte da Ilha de SC, 18 no sul e 26 na região integrada (Continente, região Central e Itacorubi) — que conseguem precisar exatamente a produção e o fornecimento à população.

Mesmo sem ter as medidas exatas de anos anteriores, a Casan garante que este ano bateu o recorde, pois a empresa não tinha uma capacidade de tratamento como a atual. Em entrevista coletiva, Gallina explicou que uma série de investimentos permitiram este aumento sem que faltasse água, e isso proporcionou à Casan criar um indicador para estimar a presença de visitantes nas cidades diariamente:

— Antes a gente tinha estimativas nos dias de pico de consumo, mas com a instalação destes macromedidores conseguimos precisar exatamente. O número de consumo médio em Santa Catarina é de 153,50 litros/habitante dia, então dividimos pelos 183,6 milhões de litros produzidos no dia 31 e chegamos a 1,1 milhão de pessoas — explicou Gallina.

De acordo com o presidente, o número da Casan é mais preciso do que outros órgãos de turismo podem fornecer, por ser a medida exata do consumo. A partir desta quinta-feira, dia 5, a Casan irá fornecer diariamente em seu site o volume de água produzido, a capacidade de atendimento e a estimativa de população flutuante (visitantes).

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No total, Santa Catarina possui 750 macromedidores. Em Florianópolis, eram somente 10 até 2015.

Obras permitiram ampliação do atendimento

Além das obras de grande porte, como o floco decantador — que ampliou a capacidade de tratamento de água dos rios Pilões e Cubatão e é responsável por quase 50% da água consumida no sistema integrado de Florianópolis —, ao longo do ano passado a instituição realizou melhorias operacionais, como a substituição da adutora da SC-403 por tubulação de 400 milímetros e a troca do conjunto de motobombas que faz a distribuição a partir da Estação de Tratamento de Água de Ingleses.

Um novo poço de captação no Rio Vermelho e a limpeza nos demais poços norte e sul, manutenção dos sistemas complementares de abastecimento, instalação de geradores e locação de caminhões-pipa ajudaram na melhoria do abastecimento da cidade.

Uso de geradores

Outra medida tomada pela Casan foi o investimento em geradores elétricos para todos os sistemas de água e esgoto da Grande Florianópolis.

— Eles são acionadas quase constantemente. Sempre que tem uma chuva forte, tem a queda de energia e o gerador precisa ser acionado. Infelizmente é dessa maneira. Essa é uma questão que a Celesc precisaria nos dar essa garantia, mas simplesmente nós não temos, e não podemos prejudicar o consumidor, então nós investimos mais de R$ 10 milhões em aluguéis de geradores por ano, especificamente para garantir que quando tenha uma queda de energia não falte água. Temos 75 geradores de esgoto em Florianópolis, e temos mais 34 do sistema água. Não gostaríamos de ter que fazer esses investimentos em cima de algo que não é a nossa responsabilidade _ disse o presidente.

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Buracos nas ruas

O presidente também comentou sobre os buracos nas ruas causados por obras das Casan. Ele explicou que o sistema é online, que assim que a companhia abre o buraco e conserta o vazamento, avisam a imediatamente a prefeitura:

— Infelizmente lá fica o cavalete da Casan, e o povo passa e reclama da Casan, mas a responsabilidade de fechar o buraco e recuperar o asfalto é da prefeitura, que sempre é avisada imediatamente.

Contrato com a prefeitura de Florianópolis

Sobre a possibilidade de a prefeitura de Florianópolis romper o contrato com a Casan, que foi cogitado pelo prefeito eleito Gean Loureiro durante a campanha, o presidente da Casan relativizou:

— Reconheço o passivo da empresa, o problema do rio do Braz também chamou muito a atenção e foi usado pelos candidatos na campanhas, mas a Casan não é mais a mesma, fizemos muitos investimentos nos últimos anos. O Gean sabe do trabalho da Casan, nós estamos conversando bastante. Outras prefeituras que romperam o contrato já voltaram, como Imbituba, e Penha quer voltar, porque sabem que a Casan é a melhor opção.

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Rio do Braz

No final de dezembro, a Casan instalou um bomba flutuante no rio para enviar a água para uma unidade de tratamento instalada no Sapiens Park, que a devolve despoluída para o rio. O presidente Valter Gallina destacou que a empresa também fez obras de limpeza nos canais, mesmo não sendo obrigação deles.

— Acredito que hoje seja muito difícil de abrir novamente o rio do Braz para a praia, mas na semana passada tivemos três pontos que deu balneável no rio, graças à ação de fiscalização que ficou mais intensa. Se tivermos cinco pontos já pode ser considerado próprio — disse.

Outras obras previstas para 2017/2018

Na entrevista coletiva, o presidente da Casan também anunciou outras obras previstas para os próximos dois anos. De acordo com Gallina, Santa Catarina deve passar até 2018 para o 4º Estado com cobertura de esgoto do país, chegando a 48%.

Obras:

– Conclusão do terceiro trecho da adutora 1200 mm, do trevo de Forquilhinhas (São José) até o Angeloni Capoeiras

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– Sistemas de Esgotamento Sanitário (SES) Lagoinha (1º semestre de 2017 – Valor R$ 4,5 milhões)

– SES Ingleses/ Santinho (obra vai começar com recurso judicial – Valor R$ 89,8 milhões)

– SES Saco Grande (obra vai começar com recurso administrativo – Valor R$ 85 milhões)

– SES Sul da Ilha – ETE Rio Tavares (ordem de serviço na próxima semana – Valor R$ 65,5 milhões somente a 1ª etapa)

– SES Insular/ Itacorubi (edital no 1º semestre de 2017 – Valor R$ 83 milhões)

– 45 obras de esgoto em 37 municípios, no valor de R$ 1,5 bilhão