Quando se fala em cinema em Santa Catarina é comum lembrarmos somente de quem trabalha em frente às câmeras, até porque diversos artistas conhecidos nacionalmente nasceram aqui, mesmo que hoje morem no eixo Rio-São Paulo justamente pela projeção que tiveram na carreira. Entre eles estão as atrizes Vera Fischer, Bruna Linzmeyer e Paula Braun, que integram o elenco da Rede Globo, por exemplo.

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Mas, em um setor tão amplo, é lógico pressupor, também, que outros tantos talentos mereçam reconhecimento, ainda que estejam nos bastidores. São diretores, roteiristas e produtores que contribuíram com a história do audiovisual catarinense e, mais recentemente, com um crescimento de 429% que o setor teve no Estado em uma década.

Os dados surpreendentes foram publicados em maio de 2022 na pesquisa intitulada “Retratos do Audiovisual Catarinense”, que fez o levantamento de registros de agentes econômicos do setor junto à Agência Nacional do Cinema (Ancine) entre 2010 e 2019. Nos bastidores, o Estado tem diretores, roteiristas e produtores talentosos e premiados como Sylvio Back, Zeca Pires, Chico Faganello, Kátia Klock e Penna Filho. Outro destaque catarinense no cenário é Tânia Lamarca, diretora e produtora catarinense considerada referência no cinema brasileiro.

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Com a ascensão dos streamings, a produção cinematográfica catarinense ganhou mais espaço com longas-metragens e séries, como “Crisálida”, gravada em Florianópolis. É a primeira série de ficção dramática bilíngue – em Libras e português – feita no Brasil e que já está com a segunda temporada em fase de produção. A previsão é rodar na Capital neste segundo semestre.

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Mas outros formatos também ganham cada vez mais espaço e destaque. Em 2022, o curta-metragem catarinense “A Fita Vermelha” foi exibido no festival de Cannes, na França. A produção foi feita para uma competição internacional de cinema em que o objetivo é criar um curta-metragem em apenas 48 horas. Foi a primeira vez que uma produção brasileira venceu o concurso.

Investimento em cultura

As produções no Estado também fomentam a indústria audiovisual. Ainda de acordo com a pesquisa, o setor gerou R$ 116,8 milhões em impostos para Santa Catarina e possui 15 cursos superiores na área. Ações de valorização e promoção do cinema também são formas de investir na cultura. São diversos os eventos espalhados por SC, como o Festival de Cinema Negro, que teve a 2ª edição em junho de 2022, e o Festival de Cinema de Cinema da Diversidade, em Florianópolis.

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Outros exemplos de celebração da sétima arte são: o festival latino-americano de cinema, o Fala São Chico, organizado em São Francisco do Sul e que conta com uma programação extensa para os participantes, e a Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, considerada referência no Brasil. 

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Envolvimento histórico

O cinema documental catarinense sempre foi mais forte do que o ficcional, o que se reflete historicamente. A primeira projeção de um filme no Estado, por exemplo, retratava o cotidiano e isso foi apenas cinco anos depois da invenção do cinema pelos Irmãos Lumière.

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De acordo com históricos de pesquisadores do Estado, a exibição pública foi no Teatro Frohsin, em Blumenau, e não era uma obra cinematográfica como se conhece hoje. Eram cenas aleatórias em movimento, como cavalos bebendo água no rio, bailarinas num palco e imagens aéreas das colônias. A trilha sonora era ao vivo, com uma banda animando o público.

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Foto das gravações do filme “O preço da Ilusão” (Foto: Arquivo Pessoal)

Foi em 1957 que o primeiro longa-metragem de ficção catarinense rodou nas telonas. Chamava-se “O Preço da Ilusão”, do produtor Armando Carreirão, com roteiro de Salim Miguel e Eglê Malheiros, expoentes do Grupo Sul. O primeiro longa de SC também guarda um mistério: o material captado do longa desapareceu.

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