O estudante Vitor Zanelatto, de Atalanta, no Alto Vale do Itajaí, foi selecionado para participar de iniciativa que reconstitui a expedição de Charles Darwin. Acadêmico de Ciências Biológicas da UFSC, ele esteve a bordo de um veleiro centenário na Patagônia Argentina, aonde se conectou com jovens de outras partes do mundo e atuou junto a uma pesquisadora local em um trabalho sobre o papel de algumas espécies de corujas em sistemas agroflorestais e na conservação da biodiversidade.
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Vitor esteve a bordo do centenário veleiro Oosterschelde por sete dias, de 13 a 20 dezembro, com outros jovens do Brasil, Argentina e Reino Unido. Em 2019, como mostrou o NSC Total Blumenau, ele foi reconhecido como Jovem Transformador Ashoka, por promover ações de mobilização dos jovens da comunidade em prol da restauração e preservação ambiental. O trabalho desenvolvido na pequena cidade de pouco mais de 3 mil habitantes foi batizado de o projeto Plantando o Futuro.

A expedição
Ao longo dos dois anos de expedição, um dos objetivos é que 200 jovens pesquisadores de todo o mundo passem pelo navio, embarcando em pequenos grupos em cada um dos portos onde Darwin esteve e refazendo a rota do pesquisador, enquanto investigam as transformações nos ecossistemas e impulsionam mudanças globais para as próximas décadas.
Até o momento, a expedição já passou por países da Europa, África, pelo Brasil (em Fernando de Noronha, Salvador e Rio de Janeiro) e Uruguai. Agora Vitor embarcou em Puerto Madryn, na Patagônia Argentina, aonde se conectou com uma pesquisadora local para estudar as relações entre seres humanos e a natureza.
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— É muito especial participar desta expedição e conseguir imaginar e vivenciar um pouco de como foi a viagem de Darwin. Vou identificar algumas espécies de corujas e compreender o papel que elas desempenham em áreas de agricultura, que passaram pela interferência humana — explicou o jovem de Atalanta.
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Em 1831, o jovem Charles Darwin, então com 22 anos, subiu a bordo do veleiro HMS Beagle em uma expedição que duraria quase cinco anos, gerando registros cartográficos, catalogando a fauna e flora de diversas partes do mundo e construindo as bases para, mais tarde, desenvolver a Teoria da Evolução. Quase 200 anos depois, a iniciativa Darwin200 convoca jovens a embarcarem em uma viagem para reconstituir o trajeto do naturalista e desenvolver projetos de conservação ambiental.
Vitor acredita que o Darwin200 é um movimento de inspiração, que conecta jovens e cria condições para que se percebam agentes capazes de incidir positivamente nos ecossistemas onde atuam. Ao final da jornada, o acadêmico pretende gerar desdobramentos que façam sentido para a população local, a partir de anseios e da valorização dos conhecimentos daquela região, e que no futuro possam levar a novas pesquisas e projetos pela preservação ambiental.
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