Aos 56 anos e com uma aposentadoria por tempo de serviço, o garçom Sérgio
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Carlos dos Santos, o famoso Beleza, vai mudar de emprego. Depois de quase 40 anos no tradicional Kayskidum, bar na região central de Florianópolis, ele está em dúvida se vai abrir um negócio próprio ou aceitar uma das várias propostas de emprego que recebeu. O estabelecimento vai fechar as portas no fim do mês.
– Nunca quis ficar distante do trabalho. É importante o contato com as pessoas, o vínculo que criei. Quero dar continuidade a esse serviço – conta.
Mudar de emprego ou de rumo na carreira profissional nesta idade não é realidade apenas de Beleza. De acordo com pesquisa da Catho, empresa de cadastramento de currículos e busca de empregos, 44,2% das pessoas entre 56 e 60 anos utilizaram algum site de classificados de vagas na internet para conseguir um novo posto de trabalho.
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Mas a realidade do garçom é diferente dos demais trabalhadores na faixa dos 40 a 60 anos. De acordo com a psicóloga Janete Neves Buss, da RHi Gestão de Pessoas, esse grupo tem dificuldade em se reposicionar no mercado, por mais que tenha um bom currículo.
– Os empregadores alegam que com a maturidade existe mais dificuldade para receber críticas e resistência em aceitar novos modelos de trabalho – explica.
Para pessoas nessa faixa etária, Janete recomenda que o profissional leve seu currículo pessoalmente até a empresa onde quer trabalhar para ter mais chances de uma melhor avaliação.
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– Geralmente as empresas já têm um perfil pronto para a vaga disponível e que apresenta restrição de idade. Se o empregador conhece a pessoa, tem a oportunidade de encaminhar para outra vaga – explica Janete.
A psicóloga indica que existem vagas com preferência para pessoas acima dos 40 anos, como telemarketing, atividades no comércio, funções de porteiro e vigilante.
Para a gerente de consultoria e recrutamento da Michael Page no Paraná e em Santa Catarina, Patrícia Tourinho, existe uma movimentação de empregos muito forte entre os profissionais de 40 e 50 anos. Áreas como Recursos Humanos e Construção Civil, que apresentam mercado aquecido, costumam valorizar a experiência profissional e desejam um trabalhador com perfil mais sênior.
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Ela ressalta, contudo, que em algumas áreas, como a financeira, a dificuldade para a recolocação no mercado não é a idade, mas outros requisitos como saber falar inglês.
Além da constante atualização e aprimoramento, Patrícia recomenda que, ao procurar um emprego, o profissional esteja aberto a diferentes funções e atividades.
– É importante avaliar as oportunidades com mais abertura e não fixar-se em uma só vaga ou perfil. Assim você amplia as opções de conseguir uma boa posição – explica.
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