A Procuradoria de Paris pediu nesta quarta-feira (3) uma multa de 8.000 euros sob pena de prisão contra o líder histórico da extrema direita francesa, Jean-Marie Le Pen, por incitação ao ódio após uma série de comentários homofóbicos, incluindo um contra um policial gay morto em um atentado em Paris no ano passado.
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O patriarca do clã Le Pen, de 90 anos e fundador da Frente Nacional, recentemente rebatizado como Agrupamento Nacional, tem múltiplas condenações por comentários xenófobos e antissemitas.
Jean-Marie Le Pen, hospitalizado há oito dias, não esteve presente.
Seu julgamento já havia sido adiado em duas ocasiões, na primeira vez porque seu advogado não estava disponível e a segunda por problemas de saúde.
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Em 2017, o ultradireitista estimou que o parceiro do policial Xavier Jugelé, morto em um atentado extremista na Champs-Élysées, não deveria ter falado tão abertamente de seu amor em uma cerimônia comemorativa nacional.
“Acho que esse detalhe familiar deveria ter se mantido afastado desse tipo de cerimônia”, escreveu o eurodeputado em seu blog.
Le Pen também foi julgado por suas declarações de dezembro de 2016, quando afirmou que “os homossexuais são como sal na sopa: se não tem o suficiente está um pouco sem graça; se há muito, não é comestível”. Alguns meses antes, havia relacionado homossexualidade e pedofilia.
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Apesar das declarações polêmicas, o advogado de Le Pen disse à AFP em fevereiro que seu cliente “não tem nada contra os homossexuais”, mas “reivindica seu direito de expressar a sua opinião”.
* AFP