Procuradores peruanos fizeram uma operação nesta terça-feira (6) nas casas de dois dirigentes fujimoristas apontados por um ex-chefe da empresa Odebrecht por terem recebido uma contribuição de um milhão de dólares para a campanha de Keiko Fujimori em 2011, informaram fontes judiciais.
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As casas de Jaime Yoshiyama, um dos fundadores do partido Força Popular, e de Augusto Bedoya, foram inspecionadas pelos procuradores com a autorização da Justiça.
Os dois foram assinalados na semana passada pelo ex-chefe da Odebrecht no Peru, Jorge Barata, como as pessoas a quem entregou um milhão de dólares em espécie para a campanha de Keiko, filha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000).
As operações foram lideradas pelo procurador de lavagem de dinheiro José Domingo Pérez Gómez, que investiga Keiko, líder do Força Popular (direita populista), por contribuições ilegais a suas campanhas de 2011 e 2016.
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Os procuradores buscam documentos que confirmem o recebimento do dinheiro, de acordo com as fontes.
O site do jornal El Comercio disse que os procuradores buscavam em ambas as casas “livros ou registros vinculados ao partido Força Popular” que confirmem o recebimento da contribuição da Odebrecht.
Yoshiyama disse na segunda-feira à imprensa que havia enviado um ofício à Procuradoria para pedir que o interrogassem para dar seu depoimento.
Barata confessou a procuradores peruanos em São Paulo que também havia dado contribuições às campanhas de outros candidatos em 2011: Ollanta Humala (2011-2016), Alejandro Toledo (2001-2006) e Pedro Pablo Kuczynski, atual presidente peruano.
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Todos os políticos peruanos negaram ter recebido dinheiro da Odebrecht, empresa acusada de entregar presentes a políticos e funcionários em diferentes países latino-americanos.
O ex-chefe da Odebrecht disse que, além de um milhão de dólares entregues a Yoshiyama e Bedoya, fez outra contribuição de 200 mil dólares para Keiko por meio da organização da cúpula dos empresários peruanos, a Confiep.
Na quinta-feira, os procuradores fizeram uma operação na sede da Confiep (Confederação Nacional de Instituições Empresariais Privadas), em busca da documentação sobre a suposta contribuição para Keiko.
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O sindicato empresarial rejeitou as declarações de Barata, assinalando que “a Confiep, sendo um sindicato empresarial, não apoia campanhas nem partidos políticos”.
* AFP