As investigações sobre propinas pagas pela empreiteira Odebrecht para conseguir contratos na América Latina está só começando, alertaram nesta segunda-feira (30) procuradores da região e da Europa, que denunciam ameaças por investigar o escândalo.

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“A trama de corrupção da Odebrecht está só começando na América Latina. É preciso entender que se trata de um processo complexo e ilícito transnacional de crime organizado”, disse em coletiva de imprensa o procurador-geral do Equador, Carlos Baca.

Procuradores de Peru, Equador, Guatemala, Argentina, Portugal, El Salvador, Suíça, Colômbia e México estão reunidos no Panamá para trocar informações sobre lavagem de dinheiro, especialmente do caso Odebrecht. Eles denunciaram pressões para evitar as investigações.

“Muitos promotores e procuradores de países estamos sendo pressionados, e alguns até ameaçados, por essas investigações, é preciso dizê-lo claramente”, afirmou o procurador-geral de El Salvador, Douglas Meléndez.

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Segundo Baca, o escândalo protagonizado pela construtora brasileira reúne delitos em diversos países, “com a clara intenção de evitar qualquer tipo de sanção e de buscar a impunidade”.

O caso Odebrecht abalou os círculos de poder e políticos da América Latina, levando à prisão ex-presidentes e funcionários de alto escalão no Brasil, no Peru e na Colômbia, por exemplo.

Esse é “o maior caso do mundo em matéria de corrupção e lavagem de ativos”, disse o procurador da nação do Peru, Pablo Sánchez.

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“Toda essa estrutura armada ao redor da execução de um esquema internacional e transnacional de subornos tem que ser combatida e sancionada, com a cooperação de todos os países”, disse Baca.

“As investigações são complexas e, certamente, quando se investiga personagens vinculados à política, é ainda mais difícil”, pontuou Sánchez.

Eles destacaram a colaboração cada vez maior entre os ministérios públicos de diversos países latinos com os Estados Unidos e a Suíça e reforçaram seu compromisso de levar as investigações até o fim.

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“Nós podemos mais que a corrupção e a lavagem de dinheiro”, concluiu Sánchez.

* AFP