A Procuradora-Geral venezuelana, Luisa Ortega, pediu ao Parlamento que lute pela democracia, em um discurso inédito pronunciado nesta segunda-feira ante a maioria opositora do legislativo.
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“Vamos lutar pela democracia. Não importa que pensem diferente de nós, devemos condenar a violência venha de onde vier”, afirmou Ortega em sua breve intervenção.
Ela também pediu que se faça “grandes esforços para que as vias institucionais e eleitorais sejam retomadas (…) para acabar o mais rápido possível com a violência e evitar mais mortos”.
Em três meses de protestos opositores, foram registradas 89 mortes.
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A Procuradora-Geral, que compareceu ante o Congresso para prestar contas de sua gestão em 2016, foi recebida com aplausos dos opositores e de seu marido, Germán Ferrer, o único parlamentar chavista presente na sessão.
No debate, o bloco opositor ratificou a designação do vice-Procurador Rafael González por parte de Ortega, uma decisão que havia sido invalidada pelo Tribunal Supremo de Justiça.
Nessa sessão, o governo venezuelano deu um novo passo em sua ofensiva contra a Luisa Ortega, que enfrenta agora uma auditoria por supostas irregularidades administrativas.
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A inspeção do Ministerio Público foi anunciada pelo controlador-geral, de linha chavista, Manuel Galindo, no momento em que Ortega acompanhava uma sessão no Parlamento.
Ortega declarou que seu gabinete está aberto a revisão de todas as contas, desde que seja feito de forma respeitosa.
A decisão do controlador aperta ainda mais o cerco sobre Ortega, que se distanciou do governo há três meses depois de anos de fidelidade ao chavismo, por considerar que o presidente Nicolás Maduro feriu a Constituição.
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A Procuradora-Geral deverá comparecer nesta terça ante uma audiência no Tribunal Supremo de Justiça (TSJ), acusado de servir ao governo e que avaliará um pedido de Caracas para que Ortega seja julgada por supostas faltas no cargo, a fim de ser destituída.
* AFP