O procurador que dirigia a investigação pela morte da ex-primeira-ministra paquistanesa Benazir Bhutto e pelos atentados de Mumbai em 2008 foi assassinado a tiros nesta sexta-feira em Islamabad quando saía de sua casa em direção ao tribunal, informou a polícia.
Continua depois da publicidade
Chaudhry Zulfiqar dirigia seu carro quando recebeu vários tiros disparados por homens de moto em uma rua muito movimentada de um bairro residencial da capital paquistanesa. Seu guarda-costas ficou ferido e uma pedestre morreu ao ser atropelada pelo veículo do procurador, segundo a polícia. Os criminosos fugiram.
Segundo os médicos, o procurador morreu antes de chegar ao hospital público de Islamabad. Este assassinato ocorre a oito dias das eleições gerais do país, consideradas históricas, já que o governo civil acaba de terminar uma legislatura completa de cinco anos, fato inédito neste país onde os golpes de Estado militares se tornaram constantes.
A campanha foi ofuscada, no entanto, por diversos ataques contra os candidatos. No ano passado, a segurança de Zulfiqar foi reforçada depois que seu nome foi mencionado em ameaças dirigidas aos policiais que investigavam o assassinato de Bhutto, até hoje sem solução.
Continua depois da publicidade
Os autores desta ameaça não foram identificados, mas um dos investigadores indicou que recebeu ameaças que o intimavam a não se apresentar ao tribunal sob convocação do procurador.
Estas ameaças foram feitas a partir de um telefone com número identificado no vizinho Afeganistão, bastião dos islamitas talibãs. O presidente Asif Ali Zardari, viúvo de Benazir Bhutto, condenou o assassinato e ordenou uma investigação profunda “para encontrar os verdadeiros culpados”.
No momento do atentado, Zulfiqar se dirigia a uma nova audiência no tribunal antiterrorista de Rawalpindi, a 30 km da capital, dedicada ao assassinato de Bhutto em 26 de dezembro de 2007, quando dirigia o cortejo de seu partido, o Partido do Povo Paquistanês (PPP), precisamente em Rawalpindi.
Continua depois da publicidade
Este caso voltou à tona recentemente com o retorno do exílio do ex-presidente Pervez Musharraf, acusado de não ter protegido Bhutto de forma suficiente quando estava no poder. Musharraf encontra-se atualmente em prisão domiciliar. Até agora ninguém foi condenado pelo assassinato de Bhutto.
O governo de Musharraf havia acusado em certo momento Baitulah Mehsud, o chefe dos rebeldes paquistaneses, que morreu por um ataque de um avião teleguiado em 2009. No entanto, Mehsud havia negado sua participação no assassinato.