Em entrevista publicada nas páginas amarelas da edição da revista Veja desta semana, o novo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, 56 anos, defendeu o combate à corrupção como prioridade de sua gestão, mas com um alerta: o foco não pode ser apenas em casos emblemáticos.
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Para Janot, esse tipo de ação tem que ocorrer de forma capilarizada, rastreando desvios menores, como os ocorridos contratação de merenda escolar e na construção de ginásios e de estradas.
– Tendemos a ver apenas a corrupção praticada em obras monumentais. Tão prejudicial quanto é aquela que vai de pouquinho em pouquinho, mas é disseminada. Essa também faz um estrago sem tamanho – disse o procurador à Veja.
Janot também promete uma novidade, que é a disponibilização, no site da procuradoria, de informações sobre representações, pessoas investigadas e o andamento de cada caso.
Disse que hoje há um acúmulo de trabalho no gabinete da Procuradoria-Geral da República (PGR), em parte, decorrente da forma de atuar de seu antecessor (Roberto Gurgel), conhecido por ser centralizador.
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Segundo Janot, há no gabinete hoje 170 representações, 200 inquéritos policiais e 2 mil processos. Para reduzir esse volume, o procurador-geral está chamando reforço e disse que pode até criar forças-tarefas. Outro tema abordado na entrevista foi sobre o poder de o Ministério Público investigar.
O procurador-geral da República disse que assim que o Supremo Tribunal Federal decidir sobre a questão, será preciso criar regras específicas para nortear esse trabalho. Quanto ao limite e equilíbrio da atuação do MP, Janot defende que deve ser o “limite da prova”, que não é possível ignorar uma prova nem ir além da legalidade dela.
Ao falar do Mensalão, o chefe do MP diz que a instituição cumpriu seu papel e que a justiça foi feita.
– O mensalão mostra que o foro (privilegiado) não leva à impunidade.