O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, lamentou nesta segunda-feira que a legislação eleitoral permita manobras como a de Joaquim Roriz (PSC), que desistiu da disputa ao governo do Distrito Federal (DF) e indicou a mulher, Weslian Roriz, para concorrer em seu lugar.
Continua depois da publicidade
Gurgel admitiu que, para as eleições de domingo, ainda não será possível mudar a legislação. Ele explicou que providências estão sendo tomadas para que a propaganda eleitoral de Roriz seja alterada.
As peças publicitárias, que contam com a participação de Roriz, não deixam claro que quem vai concorrer ao governo é Weslian, sua mulher, o que, segundo Gurgel, pode levar o eleitor a erro, achando que está votando em Roriz.
– Não tenho dúvida que se trata de um subterfúgio. A legislação eleitoral permite a prática e é preciso trabalhar para impedir esse estratagema – disse, sem detalhar as propostas em estudo.
– O nosso processo eleitoral tem sido constantemente aprimorado, mas sempre há pontos que devem ser corrigidos. Esse é um dos pontos que merecem atenção do legislador – completou.
Continua depois da publicidade
Além disso, a alteração da urna eletrônica não poderá ser feita. O eleitor, se quiser votar em Weslian, terá de votar no nome, número e foto de Joaquim Roriz.
– Quanto a essa questão de fundo, não há o que fazer – disse Gurgel.
A finalidade de Roriz foi evitar a rejeição do recurso pelo Supremo Tribunal Federal em que questionava a validade da Lei da Ficha Limpa no pleito deste ano. Caso fosse negado o recurso, Roriz perderia os direitos políticos por oito anos. Agora, o julgamento fica ameaçado com a perda de objeto, devido ao empate na sessão da semana passada.
Clique na figura e confira a votação do Ficha Limpa no STF:
