Preso em Balneário Piçarras na semana passada, o engenheiro alemão Manfred Landgraf, de 59 anos, já era conhecido da Justiça catarinense e chegou a ficar 11 anos preso em Joinville por ter matado e torturado o enteado, de quatro anos de idade, em 1990.

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Landgraf foi preso na última quinta-feira (22) pela Polícia Federal. Ele era procurado pela Interpol, acusado de desviar mais de 9 milhões de euros de bancos alemães entre 2001 e 2002. A prisão foi realizada pela equipe da organização de Brasília com ajuda da polícia catarinense, em cumprimento de um mandado de prisão preventiva para extradição, expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O pedido partiu do Governo da Alemanha.

Segundo informações de reportagem do G1 SC e da NSC TV, foi depois do crime em Joinville que Landgraf fugiu para a Alemanha. Na Europa, ele teria iniciado uma empresa de táxi aéreo, casou-se com a brasileira que conheceu em Joinville e teve dois filhos.

Segundo a justiça alemã, foi pela companhia de táxi aéreo que Landgraf teria, em 2001, adquirido empréstimos de 2,5 milhões de euros com uma instituição financeira alemã. Nenhum dos empréstimos foi pago, o que acabou gerando uma dívida de, nos dias atuais, 9 milhões de euros nos bancos da Alemanha. Essa situação gerou contra ele um processo por fraude qualificada e estelionato.

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Crime em Joinville

Manfred cumpriu quase 11 anos da pena em regime fechado. O alemão entrou na penitenciária industrial de Joinville em 28 de outubro de 2005 e saiu de lá em 10 de junho de 2016, quando progrediu para o regime aberto, segundo o sistema de administração prisional de Santa Catarina.

De acordo com o Ministério Público de SC, Manfred teria agredido o então enteado, que teve traumatismo craniano e vários ferimentos pelo corpo após ter sido submetido a sessões de tortura. As informações da época do crime, em 1990, apontam que o menino teria sido agredido por urinar na calça.

O julgamento em maio de 2006 durou mais de 15 horas. A sentença foi proferida pelo juiz Renato Luiz Carvalho Roberge e o alemão foi condenado por homicídio qualificado por motivo fútil e meio cruel.

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Extradição

Antes de ser condenado em 2006, Manfred foi preso no Brasil em 2002, no Rio Grande do Norte, por causa das dívidas na Alemanha. Na época, o país europeu pediu ao STF a extradição do engenheiro, para que ele cumprisse a pena no país de origem.

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A condição foi aceita pelo STF em 2004, mas com a condição de que, antes de voltar à Alemanha, Manfred cumprisse a pena pelo homicídio em Joinville. O julgamento ocorreu em 2006 e a pena terminou no início de 2021, momento em que o processo de extradição foi reaberto e a Interpol voltou a procurá-lo.

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