Aproximadamente 18 mil joinvilenses procuraram as unidades básicas de saúde entre quinta-feira passada, quando foi registrada a primeira morte pela doença no Estado (depois de 53 anos) até terça-feira. O caso acendeu um alerta nos profissionais da saúde e também a preocupação na população.

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Dados da Secretaria Municipal demonstram que, em média, 1,3 mil pessoas procuravam diariamente a vacina antes do óbito. Agora, uma semana depois, o número passou para 2,6 mil. Com o aumento na demanda, muitas pessoas enfrentaram filas e precisaram aguardar cerca de duas horas em alguns postos de saúde.

O pico aconteceu na terça-feira, mas o padrão deve se manter no decorrer desta semana. A intensificação da campanha contra a febre amarela faz parte da agenda do município desde setembro de 2018.

— Estou querendo tomar a dose desde o ano passado, mas não conseguia vir por causa do trabalho. Agora, essa morte nos faz não deixar para depois — opina Patricia Bená, 41 anos.

A consultora esperou por cerca de uma hora para tomar a dose na Sala de Vacinas da região central da cidade. De acordo com o gerente da Vigilância em Saúde de Joinville, Henrique Deckmann, após a morte de um morador do bairro Rio Bonito houve aumento considerável na procura pela imunização.

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Patrícia esperou por cerca de uma hora para tomar a dose na Sala de Vacinas
Patrícia esperou por cerca de uma hora para tomar a dose na Sala de Vacinas (Foto: Salmo Duarte, A Notícia)

Procura deve ser mantida, segundo gerente da vigilância

Entre 25 e 27 de março, por exemplo, foram aplicadas 4.183 doses. Já de 28 de março – quando a notícia foi divulgada pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive) – até ontem, o número total chegou a somar 18.827 injeções.

O gerente ressalta que é muito importante que a população continue procurando as unidades básicas. Ele garante que não haverá falta de vacina no município. Conforme Deckmann, na terça-feira houve problema pontual de falta das injeções por causa da grande procura, mas rapidamente foram repostas.

As doses são fornecidas pelo Ministério da Saúde e distribuídas aos municípios por meio do governo do Estado.

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— Nós tivemos unidades que fecham às 17h mas, na terça-feira, tinha pessoas tomando vacina ainda às 20h, porque chegaram antes do fechamento. As proporções estão fugindo dos padrões, mas não irá faltar. Na terça-feira recebemos 25 mil novas doses — garante.

Dados do último relatório da Dive mostram que 26 casos foram reportados ao órgão como suspeitos da doença – metade deles ocorreu na região Norte catarinense. Dos casos investigados em Santa Catarina, um teve a confirmação da doença: a morte do joinvilense, que motivou a alta procura nos postos.

O homem de 36 anos faleceu em 12 de março, mas a validação da doença aconteceu no dia 28, depois que o caso foi enviado para o Instituto Carlos Chagas (ICC) – Fiocruz do Paraná, que realizou o diagnóstico laboratorial. Conforme o gerente da Vigilância em Saúde, foi encontrada a ossada de um macaco perto do local em que a vítima costumava passar. Mas, por se tratar apenas de ossos, não foi possível realizar o teste no animal para confirmar a causa do óbito.