Com o aumento de casos de Covid-19 e a superlotação de hospitais em Santa Catarina, a busca por aluguel e venda de oxigênio domiciliar disparou no Estado. Nas últimas duas semanas, empresas que fornecem esse serviço enfrentam o desabastecimento do estoque. 

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Indicada para pessoas com problemas pulmonares e doenças respiratórias, a oxigenoterapia domiciliar tem sido recomendada por médicos no pós-tratamento da Covid-19. Com um grande índice de sequelas pulmonares, o uso de oxigênio em casa tem ajudado na recuperação dos pacientes, além de evitar que eles ocupem os leitos dos hospitais já lotados. 

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Segundo o médico pneumologista Samir José, o paciente com Covid-19 pode utilizar um oxímetro em casa para medir a oxigenação sanguína, que deve ficar acima de 95%. No entanto, o uso do equipamento não dispensa a necessidade de acompanhamento médico.

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— Qualquer indivíduo que mantenha níveis de saturação de oxigênio abaixo de 90, deve fazer o uso de oxigenoterapia, desde que essa terapia seja indicada por um profissional habilitado para tal. O tipo de equipamento utilizado e o tempo vai dependender do quadro de saúde de cada paciente — destaca.

Conforme Marcelo Zanella Sitta, proprietário da empresa Oxigênio Florianópolis, desde fevereiro, a procura por aluguel e venda de cilindros disparou. O aluguel mensal de um cilindro está em torno de R$ 60, enquanto que o abastecimento dos gases varia conforme o tamanho do equipamento, entre R$ 180 a R$ 250.

— Se antes tinha duas ligações de gente querendo saber sobre oxigênio para uso domiciliar, hoje tá em 30 ligações por dia. Aumentou bastante mesmo — relata. 

Falta de equipamentos

Com o aumenta da demanda, Marcelo conta que, em meados de fevereiro, teve que interromper o serviço de aluguel, por falta de equipamentos. No momento, a empresa apenas está abastecendo os cilindros dos clientes que já possuem o equipamento. 

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— O oxigênio em si tem. O que está faltando é cilindro. A gente teve muita procura, e aí chegou uma hora que não tinha mais como locar, porque baixou muito o lastro de cilindros. O pouco que ficou no estoque é o que a gente conseguia atender diariamente. Aquelas pessoas que já tem o cilindro em casa e outros clientes que a gente já tinha, tipo clínicas de cirurgia plástica, gastro, veterinária, hospitais — explica. 

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Deise Solner, proprietária da Oxi Saúde, empresa que trabalha com o fornecimento de concentradores de oxigênio para uso domiciliar, também relata que estava faltando equipamentos. Diferente dos cilindros, o concentrador funciona com energia elétrica e não precisa de recarga de oxigênio. O valor desse equipamento está em torno de R$550. 

Segundo Deise, desde fevereiro, houve um aumento de 500% na demanda, e, há cerca de 15 dias, a empresa enfrenta desabastecimento do estoque. Ela conta que está com uma lista de espera de clientes que têm interesse em comprar o equipamento.

— Com esse aumento de demanda, a gente tem mais dificuldade de acesso ao produto. Isso acaba implicando no aumento da taxa de ocupação hospitalar. Porque às vezes é um paciente que já se recuperou, mas ainda precisa de oxigênio e acaba ficando no hospital porque não tem acesso em domicílio — relata.

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