Mesmo cientes de que a cidade não integra a área de recomendação da vacina contra a febre amarela, os joinvilenses devem tomar cuidado com os municípios que visitam.

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É que em 162 cidades catarinenses – 13 da região Norte -, a vacinação contra a doença foi indicada para 100% da população. Quem viaja para estes lugares deve se prevenir. O ideal é se vacinar dez dias antes da viagem.

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Os pilotos Paulo Cezar Machado, 59 anos, e Afonso Celso Schemin, 68, decidiram aplicar a dose preventiva da vacina na manhã desta quinta-feira. Como viajam para muitas cidades, eles procuraram a sala de vacinação central de Joinville para se prevenir contra a doença. Afonso, no entanto, não conseguiu ser vacinado, pois tem mais de 60 anos e precisa de receita médica.

O técnico de enfermagem Odair da Silva garante que ninguém passa mais do que 15 minutos na unidade para ser vacinado. A aplicação é rápida e gratuita. Só na manhã de ontem, mais de 70 pessoas procuraram o local para se prevenir contra a febre amarela. Nem todos conseguiram se vacinar, já que, segundo Odair, as doses estão em falta em Joinville – 1.531 aplicações foram feitas em janeiro.

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O técnico Odair da Silva aplica a vacina no piloto Paulo Cezar Machado

Segundo ele, os lotes que chegam são insuficientes para atender a demanda. A 23ª Gerência Regional de Saúde informou que, até dezembro, 730 doses de vacinas eram enviadas para Joinville mensalmente. Em janeiro, com o aumento do número de casos no Brasil, o volume aumentou para 1,4 mil doses. A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC) informou que não há falta de vacina contra a febre amarela em Santa Catarina, e que todas as solicitações de reposição dos estoques estão sendo prontamente atendidas.

– Especificamente para a Regional de Joinville, esse ano já foram encaminhadas 1.800 doses, sendo que 1.400 foram destinadas ao município de Joinville, conforme solicitação. Segundo informação da Gerência Regional de Saúde de Joinville, o município de Joinville possuía em estoque cerca de 200 doses.

Ainda de acordo com a Dive, 800 vacinas foram enviada para Joinville nesta sexta-feira. As vacinas são recebidas do Ministério da Saúde na Central de Abastecimento do Estado e enviadas para as cidades. Em Joinville, a vacina contra a doença, que pode ser transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, está disponível em duas unidades de saúde: PAM do Bucarein e na sala de vacina central, na rua Abdon Batista, no Centro. Conforme a Diretoria de Vigilância Epidemiológica, não há falta de vacina no Estado e as solicitações de reposição de estoques são sendo atendidas prontamente.

Procura pela vacina aumentou

A enfermeira e coordenadora interina da Vigilância Epidemiológica de Joinville, Ana Maria Brizola, diz que, nos últimos dias, houve aumento na procura pela vacina. Contudo, ela afirma que não há motivo para alarde.

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– Não somos uma cidade de risco. Não temos nenhum caso suspeito e estamos monitorando a situação. Todos os hospitais receberam notas técnicas e foram alertados. A Secretaria de Saúde está preparando uma capacitação sobre a importância da vigilância em relação à febre amarela – explica.

Santa Catarina registra quatro casos suspeitos de febre amarela

De acordo com o Ministério da Saúde, locais que têm matas e rios, onde o vírus e seus hospedeiros e vetores ocorrem naturalmente, são identificadas como áreas de risco. No Brasil, a vacinação é recomendada a pessoas com idade a partir de nove meses e que residem ou se deslocam para os municípios que compõem a área com recomendação de vacina (ACRV). Em SC, não há registro de casos de febre amarela desde 1966, mas neste ano já foram registrados quatro casos suspeitos.

Ana Maria destaca a importância da vacinação e explica que, mesmo aqueles que não se vacinaram antes da viagem, devem procurar uma unidade, pois a vacina também é a única forma de controle da febre amarela. A enfermeira diz que o indicado é que a pessoa tome duas doses num intervalo de dez anos.

– Se não for tratada, a febre amarela pode levar a formas graves da doença – alerta.