A sopa que dona Reni Sobolewski, 58 anos, prepara para os idosos que cuida está mais cara no mês de junho. Isso porque a batata suja – teoricamente mais barata do que a lavada – aumentou 93% se comparado ao mês de maio. O alimento foi o item da cesta básica que mais subiu de preço no último mês, segundo pesquisa feita pelo Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) de Jaraguá do Sul. O levantamento feito em oito supermercados foi divulgado nesta semana.
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Para a cuidadora, itens como a batata e o tomate estão demorando a baixar os preços, mas frutas de época, como o caqui, também entram na lista de produtos caros de dona Reni.
– Nunca vi um caqui tão caro quanto esse ano -, contesta.
Sobre a batata, Reni diz que está compensando mais comprar a lavada. No supermercado em que foi fazer compras ontem pela manhã, a lavada estava saindo por R$ 2,59, enquanto que a suja custava R$ 2,98.
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Se a batata suja aumentou quase 93%, o preço do trigo e da manteiga baixou. O trigo caiu 17% e a manteiga, 10,74%. Para comprar uma cesta básica na cidade, o valor mais baixo, segundo o órgão de defesa do consumidor, era de R$ 40,02 em maio, e subiu para R$ 42,45, um aumento de 6,07%.
Segundo o diretor do Procon, Luís Fernando de Almeida, a justificativa para o acréscimo no valor da batata suja é a entressafra, período entre uma safra e outra de determinado produto.
Além da pesquisa da cesta básica, o Procon divulgou também os preços dos combustíveis e dos produtos de limpeza e higiene pessoal. O valor médio da gasolina comum registrado em junho foi de 2,968, 6,84% a mais que no mesmo período de 2012, quando o litro custava 2,777. Nos itens de higiene pessoal o aparelho de barbear aumentou 21,79% em relação a maio. Já no material de limpeza a esponja de aço no pacote de 60 gramas teve um acréscimo de 20,20% de maio para junho.
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Confira as pesquisas completas nos links abaixo:
:: Limpeza e higiene pessoal ::
Redução não chega aos jaraguaenses
O que mais chamou a atenção do diretor do Procon, Luís Fernando de Almeida, nas últimas pesquisas da cesta básica realizadas pelo órgão de defesa, é o fato do preço estar aumentando.
– Depois de três meses do decreto de isenção de impostos de 38 itens da cesta básica, em Jaraguá do Sul, não constatamos nenhum repasse ao consumidor final -, observa.
Para o diretor, a medida que foi anunciada pela presidente Dilma Rousseff em março acabou beneficiando os comerciantes, que não são obrigados a transmitir o desconto às gôndolas.
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O coordenador do Feirão do Imposto Estadual, Tiago Coelho, explica que historicamente com as desonerações de produtos pouco e nada é repassado ao contribuinte.
– O que acontece é que desonera determinada etapa da cadeia, mas seja a indústria ou comércio acabam tomando isso ou como lucro ou para cobrir prejuízos anteriores -, relata.
Para o especialista, o governo deveria ser mais rígido nesses casos.
– A medida que o governo impõe a desoneração deveria colocar como regra, até com possibilidade de multa, que o desconto seja repassado ao consumidor -, sugere.
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