Um problema na escotilha da proa do iate pode ter sido o causador do naufrágio na região do extremo sul da Ilha de Santa Catarina, no fim da tarde de sexta-feira. A escotilha é a janela que serve para passagem de luz ou de carga e impede a entrada da água em uma embarcação.
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O que aconteceu com ela, porém, ninguém sabe ainda. As possibilidades são muitas: ela já podia estar quebrada, estava desaparafusada ou o encontro das ondas (fortes naquele momento) poderia tê-la danificado.
Segundo o sargento Lourivaldo Graciano Correia, do Grupo de Busca e Salvamento (GBS) do Corpo de Bombeiros, esse tipo de problema não é comum de ocorrer, mas o risco sempre existe.
Foi ele quem falou por telefone com o comandante do barco, assim que o naufrágio começou a acontecer. Um dos tripulantes percebeu que o celular estava com um bom sinal e ligou para o 190, da Polícia Militar, pedindo ajuda. Deixou o número do telefone e, minutos depois, recebeu a ligação de Correia.
– Escotilha de proa. Está entrando muita água. Não consigo conter. O barco vai afundar – foi o que conseguiu dizer o comandante.
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Após repassar as coordenadas geográficas de onde estavam, o comandante repassou novamente o celular para um dos tripulantes, para quem as primeiras orientações foram passadas: vestir o colete salva-vidas e ficar todos próximos um dos outros. Nada de pular no mar antes da hora.
– A situação era grave, mas o comandante estava com ela na mão. Ele sabia o que estava fazendo, estava tranquilo e isso colaborou no sucesso do resgate. Ele foi brilhante – comenta o bombeiro.
A ligação durou menos de cinco minutos. A embarcação do GBS estava a mais de 30 quilômetros de distância do iate, mas partiu antes mesmo de Correia desligar o telefone. Minutos depois, quando o bombeiro tentou uma nova ligação, os tripulantes já não atendiam mais.
Preocupado, ele esperou por notícias, mas ainda não sabia que, naquele momento, os tripulantes já eram resgatados pelo barco pesqueiro que havia se aproximado. Quando a embarcação chegou, os sobreviventes já estavam a caminho da praia, na Pinheira. Do alto, o Arcanjo acompanhou todo o caminho. Dos 12 tripulantes do iate, ninguém ficou ferido.
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Nos próximos dias, a Capitania dos Portos deve abrir um inquérito civil para apurar as causas do acidente.