O ano letivo na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Florianópolis mal começou e já trouxe problemas para uma parcela dos 558 alunos matriculados na entidade na Capital. Devido a dois ônibus que deixaram de circular devido a problemas mecânicos e de conservação, 116 pessoas com algum tipo de deficiência estão com dificuldades de ir às aulas que começaram na segunda-feira (6) na unidade que fica na rodovia Admar Gonzaga, no Itacorubi. Do total de alunos sem transporte, a maioria não frequentou os dois primeiros dias do ano letivo na entidade.
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Sem condições de repor os dois veículos nesse momento, a Apae pediu uma audiência com o prefeito Gean Loureiro (PMDB) na tentativa de solucionar o impasse que afeta a vida cerca de 500 pessoas, entre alunos especiais e seus familiares. O peemedebista, em meio à greve dos servidores municipais que já ultrapassa três semanas, expõe, através da assessoria de imprensa, que está se inteirando da situação da Apae e promete ajudar a unidade da Capital a solucionar o problema de transporte dos alunos.
Enquanto isso não acontece, a preocupação de pais e alunos é de que o problema se agrave caso não seja resolvido em breve. Aline Pascale Palma, representante da comissão permanente de pais dá APAE, alerta que a situação se torna cada dia mais difícil à medida que as famílias dos alunos que estão sem transporte precisam trabalhar e, em muitos casos, não têm com quem deixar os filhos durante o horário em que eles deveriam estar nas salas de aula da Apae.
— Agora estamos com 116 famílias desatendidas, mas se o problema persistir a situação pode se agravar. Estamos aguardando uma audiência com o prefeito, apoio de outros órgãos públicos e iniciativa privada para repor os dois ônibus com urgência. A Apae tem hoje 558 alunos matriculados. Destes, 250 ainda tem transporte, outros 192 utilizam locomoção própria, mas 116 estão sem ônibus desde segunda-feira, quando reiniciaram as aulas — destaca Aline.
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André Francisco Stramari, diretor geral da Apae Florianópolis, explica que desde o final do ano passado a entidade já tinha conhecimento da impossibilidade de utilizar dois ônibus que têm mais de 15 anos de uso. Além da precariedade dos veículos, a Apae não tinha como manter os custos de manutenção, já que a idade dos ônibus consumia rapidamente os recursos disponibilizados à Apae por um convênio junto à Prefeitura de Florianópolis e o Consórcio Fênix. Por mês, as partes repassavam à entidade R$ 10 mil. Em 2016, contudo, os valores de um ano, ou R$ 120 mil, se esgotaram em agosto, conta Stramari.
— Manutenção de ônibus velho é muito cara. Uma suspensão que quebre já consome R$ 6 mil, R$ 7 mil. O problema é pontual, precisamos de dois ônibus, mas precisamos achar a solução de maneira rápida, pois os alunos e suas famílias são os maiores prejudicados — observa, para dizer que os ônibus precisam apenas estar em bom estado, como os quatro outros ônibus da frota, cujos anos de fabricação são de 2013 para frente.