O Joinville ainda não venceu na Série A e, depois de três rodadas, passou a ser o lanterna da competição. A baixa produtividade do setor ofensivo – que ainda não marcou gol – é a principal crítica que o time do técnico Hemerson Maria tem recebido. Mas “AN” resolveu olhar a fundo a questão para ver onde a equipe está errando e o que pode ser feito para que o JEC saia do buraco nas próximas rodadas.

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O fato de o time não fazer gol é apenas reflexo de uma série de problemas que precisam ser corrigidos, a começar pela postura do time diante de rivais com mais tradição na Série A. A defesa do Joinville é boa, mas, depois de três jogos, já deu para perceber que apenas se defender não é o caminho para garantir a manutenção na elite do futebol brasileiro na próxima temporada.

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Dentro do vestiário, a palavra que se fala é “adaptação”. Depois de ter conquistado o título da Série B e o do Catarinense (embora este continue sendo disputado nos tribunais), o grupo luta para se adaptar a uma competição diferente, de nível técnico mais elevado.

– O time conseguiu o acesso para a Série A jogando desta forma, conseguiu o título catarinense assim. Mas a Série A é completamente diferente. A qualidade técnica dos adversários é superior a dos clubes da Série B e do Catarinense, então a gente tem que se adaptar o mais rápido possível – definiu o experiente Marcelinho Paraíba, escalado para as entrevistas coletivas da tarde desta segunda-feira.

O adversário de sábado será o Atlético-PR, que, na última vez em que esteve na Arena para encarar o JEC, venceu por 4 a 1. Para que a derrota não se repita, o técnico Hemerson Maria terá quase uma semana para trabalhar com o time e buscar alternativas.

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Confira as dificuldades que a reportagem de “AN” listou para o JEC superar

Excesso de zelo defensivo

Apesar dos três gols sofridos diante do São Paulo, o sistema defensivo do JEC é aquilo que o time tem de melhor. No entanto, em determinados momentos, há a impressão que a equipe abdica de atacar para apenas se defender. Na maior parte do tempo, o time tenta permanecer compacto, com todos os homens atrás da linha da bola. Não chega a ser um erro, mas revela muito sobre a postura dentro de campo.

Saída de bola

Quando tem a bola nos pés, normalmente com os homens do meio de campo para trás, a equipe encontra dificuldade para sair jogando. Prova disso foram os erros na saída de bola. Contra o Fluminense, Naldo foi expulso após uma bobeada na defesa. Diante do São Paulo, Guti deu um passe na fogueira e o rival recuperou, ampliando o placar para 2 a 0.

Transição lenta

Ficar com todos os homens atrás da linha da bola é uma alternativa adotada por muitos times, mas, para isso, uma equipe precisa ter velocidade para puxar o contra-ataque. No Joinville, a transição está lenta, já que Naldo, Anselmo, Marcelo Costa, Marcelinho Paraíba, Rogério e Mario Sergio não são atletas velozes. Para continuar com o esquema, o técnico Hemerson Maria precisa encontrar uma forma de dar velocidade ao time.

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Articulação no meio

Sem a velocidade como ponte forte, uma alternativa seria tentar criar pelo meio, envolvendo o adversário com o toque de bola. Mas o JEC não tem conseguido fazer isso. Normalmente, a equipe tenta fazer a ligação direta com Kempes lá na frente, que, quando recebe a bola, não encontra opções para tocar a bola e tentar criar uma jogada diferente, já que o restante do time ainda não chegou ao ataque.

Criação pelos lados

Se o jogo não flui pelo meio, o ataque pode se beneficiar das laterais para levar perigo ao adversário, como o JEC executou bem na Série B (com Edigar Júnio pela direita e Rogério e Everton pela esquerda). Neste ano, no entanto, a alternativa não tem sido viável para o Joinville. Mario Sergio tem apoiado mal no ataque, assim como Augusto César quando foi utilizado pela direita. Na esquerda, Rogério não apresenta o mesmo rendimento e Willian Henrique pouco mostrou até agora.

Bola parada ofensiva

Outro ponto forte do Joinville era a bola parada, que foi uma das principais armas utilizadas pelo time de Hemerson Maria na Série B. Marcelo Costa, que era o responsável por cruzá-las para dentro da área, já não é mais o cobrador, tarefa que passou a ser compartilhada por Wellington Saci, Marcelinho Paraíba e Bruno Aguiar. Por enquanto, a equipe ainda não encaixou uma boa jogada.

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Presença de área

Como alternativa para a falta de criação no setor ofensivo, o atacante Kempes tenta se aproximar mais dos homens de meio de campo. Mas, quando o JEC cria uma boa oportunidade, o camisa 9 não está lá dentro da área para finalizar. Contra o São Paulo, Jael, com apenas 15 minutos em campo, mostrou mais presença, finalizando para a boa defesa de Rogério Ceni.