Um problema técnico impediu a realização do primeiro teste do Dique da Fortaleza nesta terça-feira. A simulação de como a estrutura de prevenção de cheia vai funcionar começou a ser preparada segunda-feira, quando a comporta foi fechada para elevar o nível do ribeirão, simulando uma enchente. No entanto, não foi possível acionar a bomba que vai remover a água excedente e direcioná-la para o rio Itajaí-Açu:
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Segundo a engenheira Ana Cristina Brandt, da Secretaria de Obras, a placa que transmite a energia elétria até a bomba apresentou falha:
– Chamamos o técnico da empresa responsável (a ABB) que fará uma análise para ver se foi isso mesmo que aconteceu e amanhã (quarta-feira) divulgaremos o novo cronograma de testes.
Ainda não é possível afirmar se a peça precisa ser substituída ou uma manutenção resolverá o problema. A previsão era de que a bomba funcionasse até o meio da tarde desta terça-feira.
Mas desde cedo moradores e técnicos acompanhavam a situação. Como o comerciante Antônio Walter Hoeppers, que acordou mais cedo com a certeza de que o dia ficaria marcado para sempre na vida. Depois de passar por tantas enchentes, ele esperou de perto as águas do Ribeirão Fortaleza subirem.
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Moradores do bairro e funcionários da prefeitura estavam presentes para observar o momento em que as bombas do Dique da Fortaleza fossem ligadas. A comporta foi fechada segunda-feira de manhã para a água do ribeirão subir, simulando uma enchente e possibilitando o primeiro teste na estrutura. Segundo a engenheira, ainda não é possível confirmar quando um novo teste será agendado.
– Os últimos trabalhos que foram feitos neste ano foram a instalação dos painéis de comando, um banco de capacitores e a entrada de energia de alta tensão. Tudo isso foi necessário para botarmos em prática este primeiro teste – explicou
O dique irá beneficiar a região da Bacia do Ribeirão Fortaleza que tem 15 quilômetros quadrados e atinge os bairros Fortaleza, Fortaleza Alta, Tribess, Nova Esperança, Itoupava Norte e Fidélis. Em caso de enchente, a estrutura vai bloquear, por meio de uma comporta, o Rio Itajaí-Açu na foz do Ribeirão Fortaleza, evitando o alagamento de bairros próximos e deixando a cota-enchente da região em 14 metros. Outra função será remover a água excedente do ribeirão para o Itajaí-Açu, no caso de enxurradas, por meio de duas bombas que vão bombear cinco metros cúbicos de água por segundo cada uma.
A espera já dura 19 anos desde quando a estrutura começou a ser construída por iniciativa da comunidade e empresas locais em 1995. A proposta de construir o dique surgiu após a enchente de 1992, quando o Rio Itajaí-Açu marcou 12,80 metros.
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– Reunimos a comunidade em 1992 e contratamos uma empresa para fazer o projeto do dique. Nós arrecadamos, na época, 25 mil dólares para isso. Depois, conseguimos mais 1,2 milhão do governo federal para começar a obra – afirmou Hoeppers, um dos representantes da Comissão de Defesa e Desenvolvimento do Bairro Fortaleza.
Segundo o comerciante, o objetivo também é mobilizar a comunidade para tomar conta do patrimônio e buscar mais recursos para compra de mais quatro bombas, como consta no projeto original. Ele ressalta também que os moradores reivindicam mais segurança na estrutura, já que o dique já foi duas vezes alvo de bandidos:
– Vamos pedir que ou uma base da Polícia Militar ou uma guarnição do Corpo de Bombeiros sejam instaladas aqui na 2 de setembro para garantir a segurança deste dique.