O pequeno Davy completou nove meses no último dia 20 de agosto. O início da caminhada do único filho do casal Osvani Gonçalves e Josycleide Silva tem sido de fortes emoções. Davy nasceu sem o reto e o ânus, com o coração do lado direito e duas válvulas abertas, apenas um rim e um testículo. O pai conta que foram oito internações neste período.
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– É um guerreiro meu menino – diz carinhosamente o motorista de caminhão da Comcap, enquanto passa fotos do filho no celular.
Desde quinta-feira o garoto recebe atenção em um quarto da pediatria do Hospital Universitário por conta de uma pneumonia. Não bastasse a preocupação com a tosse, a febre e o choro do bebê, a mãe ficou sem atendimento no Centro de Saúde do Pantanal.
No dia 20 era a data marcada para o recebimento de 60 bolsas de colostomia _ saco plástico que retém as fezes eliminadas pelo orifício feito cirurgicamente no abdomen. Josycleide foi lá e disseram que não tinha.
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Responsável pela entrega, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) alegou um problema de logística para não ter deixado o produto na unidade a tempo. A caixa com as bolsas estava no almoxarifado da SES, em Barreiros, enquanto a mãe não sabia o que fazer do outro lado da cidade.
– O Davy precisa de duas bolsas por dia e coloquei a última hoje (sexta-feira). Aqui no HU não tem e o médico disse que ele corre risco de intoxicação. O que vou fazer? – questiona a pernambucana.
Somente no final da tarde de sexta-feira um funcionário do setor, sensibilizado com a situação, levou 30 bolsas até o HU para alívio da família.
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Para se ter ideia do que pode ocasionar dois dias de um problema na logística, segundo a Secretaria de Estado da Saúde, 420 pessoas necessitam deste produto somente em Florianópolis. A entrega é feita periodicamente nos postos de saúde, através das gerências regionais de Saúde.