A falta de dragagem complementar e de manutenção no canal de acesso à baía da Babitonga pode comprometer a plena eficiência portuária de Santa Catarina. Sem esses serviços, que devem ser feitos com urgência, meganavios de contêineres não podem operar em sua capacidade máxima, gerando perda de escala.

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O alerta é da Logz Logística Brasil, grupo do Rio de Janeiro investidor em terminais portuários. A Logz tem participação em quatro empreendimentos na região: na operadora portuária WRC (63% do controle); no Terminal Portuário de Santa Catarina (63%); no Terminal de Grãos de Santa Catarina (50%), em implantação; e no Porto de Itapoá (28%).

O grupo prevê que eles, juntos, criarão mais 1.650 empregos diretos e 3,8 mil indiretos nos próximos cinco anos, com investimentos que superam R$ 1,6 bilhão.

As empresas nas quais a Logz é acionista já aplicaram R$ 626 milhões nos últimos anos em Santa Catarina, abriram mil empregos e, em 2014, pagaram R$ 8,5 milhões em tributos.

O problema

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Atualmente, as embarcações com calado superior a 11 metros estão submetidas a uma limitação de manobras, o que exige que elas sejam feitas sempre pela manhã. Os terminais da Babitonga têm a possibilidade de receber navios com calados de até 16 metros na margem Norte e de 14 metros na margem Sul, mas esta vantagem não é aproveitada.

A limitação faz com que milhões de reais deixem de ser movimentados diariamente na região, com impacto na geração de empregos e na arrecadação de impostos, argumenta o diretor de investimento da Logz, Roberto Lopes.

_ A sociedade deve estar ciente da questão e apoiar os governos federal, estadual e municipal na busca de uma rápida solução _ afirma Lopes.

Reunião em Brasília

A Logz se reuniu nesta quarta-feira com o secretário de Portos, deputado Edinho Araujo (PMDB-SP), com intermediação do deputado federal Mauro Mariani (PMDB).

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A companhia confirmou investimento bilionário a serem feitos nos terminais de SC. A dragagem também foi tema da conversa. Há poucos dias, a empresa foi ao governador catarinense Raimundo Colombo, quando falou dos investimentos programados e da situação logística.

O governo federal anunciou que estuda privatizar os trabalhos de dragagem em complexos portuários. A Secretaria dos Portos da Presidência da República vai fazer consulta pública para avaliar se a privatização destes serviços é viável. Empreendedores privados querem.

– Essa é uma medida que apoiamos. O governo federal reconhece que não tem condições de fazer os serviços – diz o presidente do Porto Itapoá, Patrício Junior.