O pró-reitor de Graduação Adjunto da UFSC, Rogério Luiz de Souza, coordena a comissão responsável pela criação de cursos e projetos pedagógicos. Entre as atribuições do grupo, está definir como se dará a instalação do campus federal previsto para o Vale do Itajaí entre 2013/2014. Souza afirma que responde mais pela parte pedagógica e acredita que somente após a definição do local onde a nova unidade funcionará, providências como contratações de funcionários poderão seguir adiante. Na entrevista abaixo, ele fala sobre a indefinição do local do campus da UFSC no Vale e os critérios que levaram à escolha dos cursos de graduação:
Continua depois da publicidade
Jornal de Santa Catarina: O campus da UFSC será em Blumenau ou em outra cidade do Médio Vale?
Rogério Luiz de Souza: Médio Vale do Itajaí. Não existe nada definido de que será em Blumenau. Existem estudos por solicitação do Ministério da Educação para que se defina um local na região. A orientação que a UFSC tem é que deve fazer um estudo sobre a região, das várias possibilidades e, junto com o MEC, definir o local da aquisição do imóvel.
Santa: Como os cursos serão implementados?
Continua depois da publicidade
Souza: As aulas começam em março de 2014, com disciplinas mais teóricas. As disciplinas que necessitam de laboratório geralmente ocorrem no segundo ou terceiro ano de curso. No momento em que se adquire o imóvel, deve haver adequação do espaço ou construção. Mas tudo depende desta definição do local: se será adquirido um prédio, se será construído, se vai ser alugado um espaço no primeiro momento. Se o local tiver instalações adequadas, fica mais fácil, se não, fica mais difícil.
Santa: Se as aulas começam em março, a UFSC tem oito meses. Este tempo é suficiente para colocar o campus em funcionamento?
Souza: Há duas coisas distintas: infraestrutura e pedagógica. Dos cinco cursos, somente Engenharia Têxtil não temos na UFSC. Os demais, já temos um know-how muito bem implantado de cursos de excelência. Como o carro-chefe destes cursos é a Engenharia Têxtil, está cercado por um projeto muito bem orientado. E os projetos pedagógicos estão sendo discutidos desde maio. Tanto melhor serão os cursos quanto melhor for a infraestrutura. Se se optar por uma boa estrutura imediata, melhor para implantação dos cursos. Vai depender exatamente de onde será escolhido.
Continua depois da publicidade
Santa: Mas como será possível a instalação sem ter local definido?
Souza: Vamos ficar na dúvida, mas esperamos que esta definição saia ainda em julho. A partir do momento em que o MEC define local onde funcionará o campus, tudo será encaminhado para equipar salas, bibliotecas, etc. Agora, se comprar um terreno e tiver que edificar o campus, durante a construção a UFSC funcionará em um local alugado e mais precário.
Santa: Quais as possibilidades?
Souza: Se for em Blumenau, provavelmente só haverá terrenos e teremos que alugar um espaço. Se for Ascurra, há possibilidade de comprar um imóvel particular que tem uma condição de estrutura boa e espaço para ampliação. Mas Ascurra tem entraves a serem considerados, como ser uma cidade pequena _ o que por outro lado seja interessante para desenvolver. Em Indaial, existe um terreno da União, mas que vai requerer construção de prédio e aluguel de outro espaço. Teremos uma reunião com o prefeito de Gaspar, que apresentará locais. Em Blumenau, existem estudos sobre algumas áreas indicadas pela prefeitura, porém o grande problema são os valores dos imóveis, muito elevados.
Santa: Como será feita esta escolha?
Souza: Esta decisão pelo local pode ser mais técnica ou mais política. A decisão política não necessariamente é menos acertada. Às vezes, uma decisão política vai em favor do desenvolvimento a médio e longo prazos de uma região. Já uma decisão mais técnica talvez não seja tão eficaz. Por isso, o cuidado do MEC em estudar as possibilidades, os vários municípios e suas condições, para se tomar a melhor decisão possível.
Continua depois da publicidade
Santa: E os cursos, como foram escolhidos?
Souza: Os cursos foram escolhidos por causa do perfil e para atender o desenvolvimento da região, buscando alavancar as condições dos setores produtivos e educacionais. São cursos para perspectiva de qualidade e excelência, abrindo-se para pesquisa e extensão. Nossa preocupação acadêmica eixo educação, interação, desenvolvimento regional, inovação e interação social. Esse eixo costura todos os cinco cursos, visando atender as demandas e necessidades da população.