Dez meses após o início da atual gestão do Figueirense, o ex-presidente Paulo Prisco Paraíso, um dos fiadores do projeto junto à torcida, falou publicamente pela primeira vez nesta terça-feira (26). PPP participou de entrevista coletiva junto do presidente Norton Boppré, do vice José Tadeu Cruz e de Leonardo Coelho, diretor da empresa Alvarez & Marsal, parceira do clube.
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Em sua fala, Prisco fez uma análise sobre a situação próxima da insolvência encontrada no clube em 2019, ao fim da gestão Elephant. De acordo com o dirigente, a dívida não tem como ser paga em curto prazo. Diante de um provável rebaixamento, PPP pregou união entre os alvinegros, os quais classifica como “maior ativo” do Figueirense.
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— A situação encontrada pelo presidente Francisco de Assis foi de uma dívida três vezes superior ao que havia em 1998. A situação era de um clube à beira de fechar as portas, em total insolvência. É uma dívida gigantesca, que não tem uma solução caseira. Não tem uma solução de curto prazo pra resolver isso — garante o ex-presidente.
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Temos de nos unir independentemente da Série que estejamos jogando. Não podemos nos desmobilizar
De acordo com Prisco, sua participação junto à gestão alvinegra, comandada por Norton Boppré, tem sido de apoio na busca por parceiros e soluções para viabilização do negócio. O Figueirense acumula R$ 163,5 milhões em dívidas, dos quais R$ 80,4 milhões são vinculados ao clube associativo e R$ 83,1 milhões à empresa FFC.
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— Construir e gerar receita é muito difícil. Destruir e gerar despesa descontrolada é fácil. Não há mágica para a situação do Figueirense. A provação maior seria fechar as portas às vésperas do centenário. Nós estamos vivos, o coração está batendo. Se não temos êxito agora no futebol, teremos no processo de reorganização do clube com saneamento financeiro, reestruturação da dívida e formação de parcerias — afirma PPP.
Temos que buscar a responsabilidade, mesmo judicialmente, dos ex-dirigentes que causaram ao Figueirense o que causaram
Mesmo ressaltando as dificuldades e o tempo que o trabalho de reconstrução deve levar, Paulo Prisco Paraíso mostrou altivez e confiança na fala. O ex-presidente vislumbra novas parcerias, como uma fornecedora internacional de materiais esportivos, a ser anunciada em breve. A base para o processo, segundo o dirigente, é a força natural do clube.
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— Temos uma marca respeitada pelo Brasil, não podemos nos desmobilizar. Quem vai manter o Figueirense vivo são os torcedores, a comunidade catarinense. O Figueirense é o maior clube de Santa Catarina e está em uma situação que não deveria. O importante, no ano do centenário, é manter o clube vivo com administração séria e trabalhar junto de toda a torcida do Figueirense, nosso maior ativo — ratifica.
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Para definir o planejamento alvinegro em 2021, ainda é preciso saber qual divisão do Campeonato Brasileiro o clube irá disputar. Sem entrar em campo, o Figueirense torce contra o Vitória para não ser rebaixado nesta terça-feira (26). Próximo de voltar à Série C após 22 anos, o Alvinegro pensa no futuro de olho nos erros e acertos do passado.
Ouça a entrevista coletiva com a diretoria do Figueirense:
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